Degradação da saúde mental, aumento das desigualdades sociais, agravamento dos problemas económicos, normalização do isolamento... os efeitos da pandemia foram muitos. Mas se há consequências visíveis, também há impactos que quase passam despercebidos, embora continuem a marcar o dia a dia de milhares de pessoas. O Instituto Padre António Vieira está a estudar os efeitos da covid-19 no concelho de Gaia e, para isso, é imprescindível ouvir o que a população tem a dizer. Os inquéritos estão abertos a todos os gaienses.
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As áreas em estudo são diversas. Daí que os investigadores apelem à participação em vários inquéritos, que estão disponíveis através das ligações que se seguem: Economia, Cultura , Espaço Público e Saúde.
O trabalho do Instituto Padre António Vieira, do qual o JN é parceiro, propõe-se avaliar e monitorizar os impactos da pandemia na comunidade em áreas como a saúde, a ação social, a educação, o espaço público, o ambiente e os media. E, para isso, convoca-se o "olhar participado de cidadãos e protagonistas de instituições sobre o passado, o presente e o futuro". O objetivo é verificar que lições podem ser tiradas da pandemia e das interações sociais nos vários setores para a construção de um "futuro desejado", ou seja, "uma cidade relacional, resiliente e regeneradora".
Além da análise documental, a investigação, já em andamento, abrange diversos módulos, que vão desde inquéritos escritos, galerias de estímulos (sessões com visualização de imagens e conversas temáticas), entrevistas e um estudo de caso. No centro da investigação estarão representantes de diferentes instituições com impacto no território gaiense e a própria população, cujos testemunhos são essenciais para a investigação.
A galeria de estímulos já permitiu perceber algumas conclusões, mas que ainda carecem de maior aprofundamento.
Assim, por exemplo, na Economia destaca-se o aumento da pobreza e do desemprego, bem como do custo de vida; na Cultura e Desporto, setores muito afetados pela pandemia, foi preciso profissionais e associações inventarem estratégias para manter a atividade; no Espaço Público passou a ser mais valorizada a vida ao ar livre e redescobriu-se o território, apesar de terem ficado mais evidentes as carências de transportes nas freguesias menos centrais; e na Saúde, além da degradação da saúde mental, passou a valorizar-se o papel do serviço público.