Condutores pagam mais 15 cêntimos no nó da A11.
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O Governo isentou do pagamento de portagens a ligação entre o nó de Longra e Felgueiras, na A11, mas a AENOR continua a cobrar mais 15 cêntimos a todos os automobilistas que fazem a ligação Felgueiras-Lousada.
Desde a abertura do novo sub-lanço da A11, de acesso à cidade, que os automobilistas passaram a pagar 70 cêntimos, o que se traduziu num aumento de quase 30%, justificado com a abertura do novo lanço de auto-estrada.
Num despacho publicado quinta-feira passada em Diário da República, os ministérios das Finanças e das Obras Públicas, Transportes e Comunicações isentam do pagamento de portagens naquele troço, "considerando que a cobrança de taxas de portagem em toda a extensão do lanço variante à EN 207 (nó do IP 9) /Felgueiras (EN 101) é efectuada na praça de portagem situada no sublanço nó do IP 9/nó de Longra, não sendo possível distinguir, para efeitos de determinação da taxa de portagem devida, os utentes que percorrerão a totalidade do lanço daqueles que o irão abandonar no nó de Longra".
O despacho refere ainda que a isenção tem efeitos a partir da data da assinatura (26 de Junho, véspera da abertura do troço) e é válida "até que sejam criadas as condições técnicas necessárias para que essa cobrança seja efectuada de acordo com a distância efectivamente percorrida".
A AENOR, porém, continua a cobrar mais 15 cêntimos em relação ao valor anteriormente praticado, desconhecendo-se que medidas serão tomadas em relação aos automobilistas que já pagaram esse valor desde a abertura do novo lanço de auto-estrada.
Contactada pelo JN, fonte da empresa AENOR referiu que "a ligação por auto-estrada a Felgueiras abriu ao tráfego com o regime de cobrança já de acordo com os termos do despacho ora publicado pelo que não há lugar a qualquer devolução nem a qualquer próxima alteração da taxa a cobrar". Não esclareceu, porém, o que justificou o aumento aplicado, de quase 30%.
O ministro das Obras Públicas, Mário Lino, ontem, em Bragança, explicou, todavia, por que o Governo decidiu isentar o troço de portagem entre Longra e Felgueiras. "Não era legítimo cobrar (porque há muitas entradas e saídas) portagens a quem faz um percurso muito curto", afirmou Mário Lino, acrescentando tratar-se de "uma questão de justiça". No entanto, avisa que não se trata de uma situaçãodefinitiva. "Conforme as obras forem evoluindo se verá".
Os automobilistas têm manifestado indignação perante a situação e falam em "abuso", sobretudo porque a portagem se mantém após a decisão do Governo. "Não posso aceitar pagar por um troço que não utilizo", afirmou Lurdes Gomes