Num projeto com um financiamento já aprovado de 24 milhões de euros, Porto e Gondomar vão atuar junto de "grupos mais vulneráveis" tais como pessoas em situação de sem-abrigo, idosos, crianças e jovens vítimas de maus-tratos ou que abandonaram o ensino cedo. Cada município receberá 12 milhões.
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A verba decorre de uma candidatura conjunta dos municípios do Porto e Gondomar, no âmbito do programa de comunidades desfavorecidas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), revelou esta segunda-feira o vereador da Câmara do Porto com a pasta da Coesão Social, Fernando Paulo, à margem do Fórum para a Inclusão Social. O "diagnóstico" está feito e, em função da caracterização dos territórios e das "maiores vulnerabilidades" que unem os dois municípios, as Autarquias vão desenvolver ações específicas, tanto conjuntas como individuais.
"O novo projeto é no âmbito do PRR e quem está a gerir o programa é a Área Metropolitana do Porto (AMP), que convidou os municípios a agregarem-se em consórcio. No caso do Porto fizemos com Gondomar", disse o vereador, acrescentando que os dois municípios têm já uma "tradição" de trabalho conjunto.
Os dois municípios aguardam, segundo o vereador, que a AMP, juntamente com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), "abra os avisos de candidatura, uma vez que as grandes linhas de ação já foram apresentadas e o programa foi aprovado".
Com um financiamento de 24 milhões de euros, que será repartido de igual forma pelos dois municípios, o projeto vai incidir "sobre grupos mais vulneráveis", como pessoas em situação de sem-abrigo, idosos, crianças e jovens vítimas de maus-tratos ou que cedo abandonaram o ensino.
No caso do Porto, o vereador Fernando Paulo garantiu que, à semelhança do programa AIIA - Abordagem Integrada para a Inclusão Ativa, o projeto vai "olhar para a cidade no seu todo" e abranger diferentes áreas, como a da coesão social, saúde, habitação, emprego e cultura. "Queremos ter o mesmo enfoque do ponto de vista das necessidades e envolver outros parceiros com experiência e conhecimento na intervenção", adiantou.
Aos jornalistas, Fernando Paulo destacou ainda que, fruto da pandemia da covid-19 e da guerra na Ucrânia, a "crise social tem-se vindo a agravar" e que tal "convoca e mobiliza" os municípios para desenvolver "medidas e ações que não deixem ninguém para trás".
"Há a necessidade de criar territórios mais incluídos", observou, dando também como exemplo a necessidade de dar continuidade ao programa de requalificação dos bairros sociais, não só ao nível do edificado e das áreas exteriores, mas tornando aquelas comunidades "vivas", concluiu o autarca.