Câmara está a tentar revitalizar o setor na cidade. Todos os vendedores vão passar a ter um cartão identificativo.
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Enquanto se espera pela criação do feiródromo em Campanhã, que vai receber, entre outros, antigos feirantes do Cerco e os que utilizam a Vandoma, o Porto prepara-se para revitalizar todo o setor. Em breve regressa a o Mercado do Covelo com uma "nova roupagem", haverá mais lugares disponíveis no Mercado das Artes e será criado um certame novo, o Mercado dos Alfarrabistas.
O Porto tem atualmente 13 feiras e mercados de gestão municipal direta e nos últimos anos tem procedido, diz a Autarquia, "à requalificação, modernização e criação de melhores condições". A mudança nem sempre é fácil de entender, como se viu recentemente quando a Câmara resolveu terminar com a Feira do Cerco por ali existir má convivência entre feirantes legais e não legais e insegurança entre os participantes, obrigando à presença policial.
"As alterações são bem acolhidas, desde que bem clarificadas", diz Ricardo Valente, vereador da Economia, Turismo e Comércio. A solução encontrada para a zona oriental é a criação de um feiródromo, estando a Câmara e a Junta de Freguesia de Campanhã à procura de um espaço.
opinião dos feirantes
"Não temos as mínimas condições e o lucro que obtemos aqui muitas vezes nem dá para pagar o lugar. Não faz sentido fazerem uma feira numa rua", refere Alfredo Ferreira, comerciante da Feira da Vandoma, que todos os sábados se realiza na Avenida 25 de Abril.
Gaspar Nogueira, que vende louças, toalhas e lençóis em segunda mão, tem opinião contrária. Tem saudades do tempo em que a feira se realizava nas Fontainhas e diz que hoje há menos clientes devido "à falta dos eventuais". Pessoas que não pagavam qualquer taxa pelo lugar e que vendiam por vezes artigos de proveniência duvidosa, mas que "eram um chamariz". A exemplo do que aconteceu no Cerco, a Câmara quer acabar com as "ilegalidades", como a venda de produto contrafeito que ainda é visível, por exemplo, na Pasteleira nas manhãs de domingo.
E como exemplo dessas boas práticas, Ricardo Valente fala do regresso do Mercado do Covelo. "Lançámos recentemente um edital para o Mercado do Covelo que reaparecerá com uma nova "roupagem", temático e dedicado a produtos hortofrutícolas. Publicaremos também, em breve, um edital para o preenchimento de cinco lugares no Mercado das Artes decorrente da deslocalização deste para a Avenida de Afonso Henriques", explicou o vereador ao JN.
Outra das grandes novidades é a criação de um novo mercado temático dedicado aos alfarrabistas. Paralelamente, a Feira de Artesanato da Batalha está em processo de reorganização.
Serão adquiridos mais equipamentos para as feiras e mercados e a cada vendedor vai ser atribuído um cartão identificativo e respetivo identificador personalizado.