A Câmara da Póvoa de Varzim aprovou o Relatório e Contas relativo ao ano de 2021, que traduziu um saldo de gerência 1,8 milhões de euros, mantendo a tendência positiva dos exercícios anteriores.
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O documento, que teve como base um orçamento de 63 milhões de euros, mereceu os votos favoráveis da maioria do PSD no executivo e a abstenção dos dois deputados da oposição do PS. Segundo o presidente da Autarquia, Aires Pereira, o documento revela "a situação saudável do município".
"Apesar de 2021 ter sido um ano muito difícil, ainda marcado pelo confinamento, estas contas traduzem a boa saúde financeira do município e a sua capacidade de investimento, sem onerar os munícipes, mantendo os importantes apoios no âmbito social, na educação e no desporto", disse Aires Pereira.
O presidente da Câmara da Póvoa de Varzim destacou uma "taxa de execução da receita de 91,3% e poupança corrente de 11,3 milhões de euros que será disponibilizada para investimentos", vincando ainda uma "política fiscal amiga dos munícipes".
"Continuamos a devolver 1% do IRS, mantemos o IMI na taxa mínima e não cobramos derrama às empresas. Além disso, há oito anos que não atualizamos em alta os valores dos tarifários dos serviços de água, saneamento e resíduos. Já o prazo médio de pagamento a fornecedores foi de 12 dias", detalhou Aires Pereira.
Da parte dos vereadores da oposição do PS, João Trocado da Costa justificou a abstenção ao Relatório e Contas pelo facto do documento "estar conforme a lei refletir a situação financeira do município", mas deixou alguns "alertas".
"Temos preocupação, não com a situação do presente, mas sim com a do futuro. Verificámos que existem processos em tribunal contra o município, nomeadamente por questões de empreitadas, com pedidos de indemnização de vários milhões de euros", disse o vereador socialista.
Sobre o valor de 11,3 milhões de euros de poupança corrente anunciado pelo presidente da autarquia, João Trocado da Costa apontou que "não resulta de uma redução da despesa, mas sim de um aumento da receita corrente".
"A Câmara arrecadou mais dinheiro com IMI, IMT, na participação no IRS e na fatura da água. A poupança anunciada vem dos bolsos dos munícipes. São mais contribuições recebidas e não um ato de poupança da autarquia", analisou.