A praia fluvial do Tabuão, em Paredes de Coura, que nos próximos dias irá receber dois festivais de música, está oficialmente interdita a banhos. Câmara e organização garantem que a água se encontra em boas condições. Mas o centro de saúde de saúde diz que não.
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A praia fluvial do Tabuão vai ser palco de 23 a 25 de Julho de um festival de música de inspiração cristã para o qual se esperam dois mil jovens, e três dias depois receberá o Paredes de Coura clássico, que até 31 de Julho espera uma assistência média 20 mil pessoas/dia. Milhares de pessoas que não poderão refrescar-se pelo facto da praia estar oficialmente interdita a banhos.
As análises à água da praia, que em 2009 já tinham detectado elevados níveis de salmonelas e coliformes fecais, continuarão neste momento a apontar para a presença de poluição. Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara, Pereira Júnior admitiu que as análises realizadas pelo Centro de Saúde local dão conta da existência de salmonelas, embora as que resultaram de uma empresa especializada, contratualizada pela autarquia, garantam que a água é de “boa qualidade”.
Independentemente desta disparidade de resultados, a praia fluvial do Tabuão está oficialmente interdita a banhos, por força da legislação comunitária, que determina que uma praia que num ano tenha resultados negativos fique interdita no ano seguinte.
A notícia não caiu bem à organização do festival, cujo porta-voz, João Carvalho, se manifestou “aborrecido” com a divulgação de resultados de análises contraditórios, em vésperas do evento. Aquele responsável desdramatizou a interdição a banhos da zona que funciona como recinto do festival por entender que as águas do rio Coura se apresentam próprias para serem utilizadas.
“O ano passado as pessoas tomaram banho normalmente como neste momento (ontem à tarde) há dezenas de pessoas a tomar banho, por isso continuo sem perceber essa questão”, declarou, sublinhando: “Acho que está tudo bem com a água. No ano passado acompanhei esse processo, fartei-me de ver análises, mostrei-as a pessoas entendidas que me disseram que a água estava boa”.