Instituições Sociais de Vagos surpreendidas por aumentos abruptos das tarifas de água e saneamento aplicados pela nova empresa intermunicipal que gere as redes. Águas da Região de Aveiro garante que as instituições dos 10 municípios estão em igualdade.
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A água paga pelas Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) do concelho de Vagos passou de 8 cêntimos/m3 (mil litros de água) para 80 cêntimos no espaço de um mês. O novo tarifário já foi dado a conhecer pela Águas da Região de Aveiro (AdRA), a empresa que este mês começou a gerir os sistemas de água e saneamento em 10 municípios da região de Aveiro e que, até 2014, pretende uniformizar os preços.
No caso de Vagos, que detinha as tarifas mais baixas da região, o aumento apanhou as instituições desprevenidas. Até ao mês passado, pagavam apenas 8 cêntimos por metro cúbico de água, mas agora a tarifa subiu para 80 cêntimos. O saneamento será taxado a 90% da tarifa média de água.
Juan Martins, presidente da Betel, uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) em Ponte de Vagos, reconhece que "o valor da água era exageradamente baixo, mas o aumento foi brutal, na ordem dos mil cento. A última factura dava apenas 23,20 euros e a próxima vai subir muito", disse, considerando que será uma "penalização para as instituições sociais pois os caudais de água são elevados".
A Santa Casa da Misericórdia estima que as novas tarifas façam disparar as contas de 80 euros de água e 16 de saneamento para um total de 1300 euros por mês. "Sabíamos que era inevitável, mas nunca pensamos que fosse tanto e tão bruscamente", fez saber o provedor, Paulo Gravato, que espera que a autarquia ajude a "compensar a subida".
Para os consumidores domésticos os aumentos não foram tão elevados, mas mesmo assim a entrada em funcionamento da AdRA traz preocupações acrescidas. Quem mora nas zonas rurais teve de fazer poços ou furos de água e fossa séptica a expensas próprias, por não terem rede de água e saneamento aquando da construção das habitações. Agora, receiam os avultados investimentos não consigam ser rentabilizados tão rapidamente por terem de pagar tarifas à empresa.
Eneida Marques, de Soza, está ligada à rede pública de água mas não faz consumos porque tem também um furo. "Tenho o quintal para regar e um pátio para lavar e por isso fiz um furo. Custou mais de 10 mil euros e vai demorar a rentabilizar".