<p>Campistas de longa data ameaçam sair devido a aumentos incomportáveis. Empresa Orbitur reassumiu gestão do espaço, após disputa judicial de quase duas décadas com a Câmara Municipal de Vagos.</p>
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Após mais de 20 anos a frequentar o Parque de Campismo da Vagueira, um dos campistas, que pede anonimato, planeia remover a roulotte que tem estacionada naquele recinto. Em causa está o recente aumento de tarifas, imposto pela Orbitur, empresa que no início de Janeiro voltou a gerir o campismo.
"Os preços aumentaram mais de 50% e são incomportáveis", protestou, referindo que "quem entrou agora impõe novas regras, deveres e aproveita para subir logo os preços, mas não fazem as melhorias que o parque precisa". O parque, enumera, "tem deficiências a nível dos sanitários, ruas esburacadas e até o restaurante fecharam", concretiza. Afirma que "dos cerca de 120 proprietários de caravanas ali residentes, alguns já saíram e muitos planeiam fazer o mesmo devido à subida absurda de preços".
"Em Agosto passado, época alta, passei lá 24 noites e paguei perto de 250 euros. Agora, com a Orbitur, só por ter lá a roulotte parada são 145 euros", exemplifica.
Artur desloca-se duas vezes por mês desde a região do Porto, onde reside, para frequentar o campismo, um recinto que dista a um quilómetro das praias da Vagueira, Areão e de um dos braços da ria de Aveiro. "Mas se não fizerem descontos ou regime de excepção para quem tem aqui as coisas o ano inteiro, vou ter de procurar outro local", lamenta.
Refira-se que o parque voltou a ser gerido pela Orbitur no início de Janeiro, na sequência de um acordo com a autarquia e o antigo proprietário (José Arlindo), que pôs fim a um diferendo judicial com 18 anos. A Orbitur desistiu da acção judicial no valor de 740 mil euros e pagou dois milhões de euros à Câmara, para ficar com o campismo. A empresa, que gere mais de 20 parques em Portugal, deverá, ainda, investir cerca de meio milhão de euros em obras de reabilitação.