<p>Os comerciantes da rua Júlio Maia, que já foi a principal zona comercial de Anadia, estão preocupados com a possibilidade de dois prédios desocupados e muito degradados poderem ruir a qualquer momento.</p>
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Em causa estão dois prédios situados em frente da Farmácia Júlio Maia, que se encontram abandonados há vários anos. O primeiro na sequência de um incêndio que destruiu o imóvel, há mais de uma década, e o outro depois de os comerciantes terem transferido os estabelecimentos (uma ourivesaria e um oficina de bicicletas), devido à degradação do edifício.
Além do problema da segurança - "já temos clientes que não param lá o carro com medo e, de facto, isto é inadmissível, qualquer dia cai alguma coisa em cima de alguém", afirma a directora da Farmácia, Marília Silva Pereira - , colocam-se, também, questões de higiene, pois "o beco, que existe entre os dois prédios, é, frequentemente, utilizado como urinol", protesta a funcionária Maria de Lurdes Santos, "cansada de pôr lá água todos os dias".
Os comerciantes queixam-se, por outro lado, dos reflexos que os prédios degradados têm tido no comércio.
"Há comerciantes que tiveram de mudar para outros locais, com prejuízo para os seus negócios e ajudando a desertificar a rua", afirma Manuel Silva, dono de um pronto-a-vestir, lembrando que "um abaixo-assinado entregue na Câmara, há dois anos, a pedir uma intervenção, não teve resposta". No ano passado, "alguns de nós foram a uma reunião de Câmara, mas também não deu em nada", afirma este comerciante, inconformado com "este estado de abandono" .
A iluminação pública deficiente é outra das razões de queixa dos comerciantes, entre os quais também há quem conteste o fecho da rua ao trânsito automóvel.
"Já foi a número um do comércio, em Anadia, quando tinha trânsito. Hoje, nem é pedonal nem é nada. Melhor seria voltar a abri-la ao trânsito, ainda que com velocidade e estacionamento condicionado", diz Manuel Silva.
O presidente , Litério Marques, adiantou que a Câmara a está a notificar os donos, antes de proceder às vistorias técnicas que, admite, "deverão apontar para a demolição dos edifícios".
A rua não consta do plano de regeneração urbana do centro de Anadia, que deverá arrancar dentro de dois meses, mas Litério Marques garante que a Câmara está empenhada "em revitalizar a Júlio Maia", em diálogo com proprietários, moradores e comerciantes. "Não podemos consentir aquilo no centro da cidade", afirmou, em declarações ao JN.