Um grupo de profissionais de saúde da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) apelou, esta terça-feira, à câmara municipal de Viana do Castelo que procure interceder para que haja uma solução para o vazio diretivo que afeta a instituição há vários meses.
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Entre agosto e outubro, demitiram-se dos cargos as diretoras Clínica e de Enfermagem, e, entretanto, o Conselho de Administração (CA) ficou apenas com o presidente e um vogal. Entretanto, Vitor Herdeiro foi nomeado para formar nova equipa e substituir, a partir de novembro, o ainda administrador, Franklim Ramos, mas entretanto ainda não tomou posse.
Profissionais de saúde marcaram presença na reunião quinzenal do executivo camarário de Viana do Castelo, e manifestaram a sua preocupação quanto às consequências do arrastar da situação e da gestão por apenas dois elementos daquela ULS, que compreende os hospitais de Viana do Castelo e Ponte de Lima, e toda a rede de cuidados de saúde primários e integrados da região.
"Pelo que nos apercebemos ainda não ser desta que vamos ter uma resolução. Uma das questões que temos por preocupação com a instituição que representamos enquanto profissionais de saúde, é tentar perceber até que ponto a câmara municipal pode intervir na resolução deste processo", declarou o enfermeiro Joaquim Pires, porta-voz do grupo que assistiu ao plenário. "Como é que nos podem ajudar? Para todos os efeitos há determinados problemas e decisões que não são tomadas, são arrastadas no tempo, porque este Conselho de Administração acaba por não estar definido e não ter autonomia para as tomar", acrescentou.
O presidente da câmara de Viana do Castelo, Luís Nobre, que em outubro afirmou ter sido nomeado um novo presidente e estarem a decorrer contactos no seio da CIM do Alto Minho para indicar um representante dos municípios, manifesta agora "preocupação com a indefinição" na ULSAM.
"O que interessa neste momento é urgentemente, de uma forma transitória e provisória, criar as condições, afastar o pensamento [de preocupação] de todos, não só da comunidade de saúde, mas dos nossos concidadãos, onde eu me incluo como utente do Serviço Nacional de Saúde", afirmou o autarca, referindo: "Estou preocupado com esta indefinição. São meses. Tenho pedido em todos os planos, com recato, celeridade, competência nas decisões e naturalmente o retomar o mais rapidamente possível da normalidade".
Recentemente, o presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho, Manoel Batista (PS), que em outubro anunciou publicamente a nomeação de Vitor Cardadeiro para presidente do CA da ULSAM, defendeu no final de novembro a necessidade de resolver aquele vazio directivo."A CIM do Alto Minho já fez tudo o que tinha a fazer relativamente a essa matéria. Já nos posicionamos mais do que uma vez relativamente a isto e reivindicamos também que esta situação de quase inexistência de Conselho de Administração, hoje estamos a falar de apenas duas pessoas, quando legalmente a composição é de seis, seja resolvida", declarou na altura, acrescentando: "Acreditamos que, embora estejamos num período politicamente delicado, que ainda haja coragem política e vontade política para que esse processo seja resolvido até ao final deste ano ou início do próximo".