Desde que foi apresentado, em outubro de 2022, o projeto "Greater Porto", que une os municípios do Porto, Gaia e Matosinhos como uma só região, já captou mais de 100 milhões de euros em investimento imobiliário. Os setores prioritários são a indústria e a habitação.
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Foi apresentado na Expo Real, em Munique, Alemanha, no ano passado e, em pouco mais de cinco meses, já captou mais de 100 milhões de euros em investimentos, afirma o vereador da Economia da Câmara do Porto, Ricardo Valente, à Lusa. O "Greater Porto" está a marcar presença no evento imobiliário MIPIM em Cannes, França, com representantes das autarquias do Porto, Gaia e Matosinhos e 21 empresas nacionais.
O presidente do Conselho de Administração da empresa municipal Gaiurb, António Castro, destaca, precisamente, que as empresas nacionais "confiaram na audácia" dos três municípios neste projeto, cujas principais apostas passam pelo setor da indústria e da habitação.
Fazendo um retrato do município de Gaia, António Castro nota que cerca de dois mil milhões de euros estão, neste momento, a ser investidos em projetos como o Centro de Congressos, o Museu Ambiente, mas também projetos de habitação. Estima-se que o impacto destas empresas na economia de Gaia tenha rondado os 13 mil milhões de euros em 2022.
"Explicar aquilo que nos une"
O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, afirmou estar "satisfeito" com a participação no MIPIM, destacando a importância de explicar aos investidores que os três municípios são "territórios contíguos". "Mais vale explicar aquilo que nos une do que explicar aquilo que nos separa, que foi o que foi feito durante tantos anos", referiu o autarca, destacando que, entre os investidores tradicionais em Portugal, "há algum receio relativamente ao pacote legislativo [para a habitação]", uma vez que "ainda não conhecem bem os seus contornos".
"Estivemos a tentar tranquilizá-los, explicar que modelos nos interessam, como [modelos de habitação para] renda acessível, em que temos todas as garantias que vão continuar", acrescentou.
Já a vereadora com o pelouro da Promoção e Apoio a Atividades nas Áreas do Desenvolvimento Económico da Câmara de Matosinhos, Marta Pontes, afirmou que "mais do que números", a presença em eventos com esta dimensão alavanca "posicionamento" para os territórios.
Sem adiantarem quais as perspetivas de captação de investimento do "Greater Porto", que decorre até 2025 (data em que termina o acordo celebrado entre os municípios), os três responsáveis salientaram que esta "não é uma corrida de 100 metros, mas uma maratona". De acordo com os responsáveis, a procura de investimento tem sido superior nos mercados americano, asiático, espanhol e do norte da Europa.
Com a presença da Expo Real e do MIPIM "definida", o "Greater Porto" passará agora por marcar presença em feiras setoriais. Segundo o representante do MIPIM em Portugal, Rui Coelho, nesta edição do evento participaram mais de mil entidades da Península Ibérica. Destas, mais de 350 são portuguesas.