<p>Prometeram e cumpriram. A população da vila de Sendim, concelho de Miranda do Douro saiu ontem à rua para desmontar a sua revolta contra a fusão do pólo escolar local com o da sede de concelho. Mais protestos prometidos para amanhã.</p> <p> </p>
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Mais de uma centena de veículos circularam em marcha lenta, sob uma temperatura que rondava os 35 graus, no troço da EN-221, que liga Sendim à população vizinha de Fonte de Aldeia. Apesar ser uma marcha pacífica, os sendineses entendem que esta foi “uma forma ordeira” de chamar a atenção à ministra da Educação para a manutenção do pólo escolar. A escola é um dos principais serviços públicos existentes na vila, sendo encarado como “um dos motores económicos e sociais” da localidade.
“Sem ministra sim, sem educação não!” Uma palavra de ordem que se podia ler num cartaz colocado em cima de uma das viaturas que fazia parte da marcha e que expressava a vontade da população em mater a unidade escolar nos moldes inicias.
Por seu lado, David Jantarada, membro da Associação de país não tem dúvidas, “por detrás da fusão vem o encerramento progressivo da escola e, consequente, a transferência dos alunos para Miranda do Douro”.
Na óptica Artur Nunes, presidente do município de Miranda do Douro, eleito nas listas do PS, o processo de fusão dos agrupamentos escolares “peca pela falta de sentido de oportunidade”.
“Já manifestei a minha discordância à ministra da Educação, relativamente ao timing em que o processo está a ser condizido. O tempo não é adequado e parece-me que tudo está a ser feito de forma muito rápida e sem falarem com ninguém”, observou Nunes.
Já Aquino Ginjo, presidente da Junta de Freguesia, mesmo com algumas garantias de que o pólo “não será encerrado” teme pela manutenção do que considera ser “ o pulmão económico da vila”. “A economia de Sendim, de certa forma, depende da escola e das pessoas que nela trabalham, por isso peço que não façam a fusão”, alertou o autarca.
A população promete mais formas de luta para amanhã, dia em que Sendim assinala o 20º aniversário da elevação a vila.
Já sobre a alegada tentativa de fusão do agrupamento da escola de Torre de Dona Chama com a secundária de Mirandela, o responsável pela Equipa de Apoio às Escolas da Terra Quente diz que se trata de puras especulações. “Para já não confirmo nada” refere Manuel Pires, acrescentando que “o reordenamento da rede é para breve e nessa altura vai saber-se, mas não me parece que haja novidades”, acrescenta.
Já o presidente da câmara, José Silvano, vai mais longe e garante que essa fusão não avança, pelo menos no próximo ano lectivo. “Esta ano não vai haver nenhuma fusão, os dois agrupamentos vão continuar a funcionar”, adianta. “No futuro logo que vê se haverá entendimento entre as partes para outro tipo de reforma”, conclui o edil. José Silvano diz também que já está decidido que não vai encerrar nenhuma escola primária no concelho de Mirandela, com menos de 21 alunos. “Não encerra nenhuma escola porque o ministério foi sensível à reivindicação e argumentos da câmara que dizia que não haveria mais junção de escolas até ter o centro escolar a funcionar” refere.