A Associação de Discotecas do Sul e Algarve pondera avançar brevemente com providências cautelares para impedir a "concorrência desleal" de espaços nocturnos "licenciados ilegalmente" e financiados por autarquias no Verão, disse à Lusa o dirigente José Manuel Trigo.
Corpo do artigo
Trigo considera que exemplos passados como o Manta Beach e o Sasha, licenciados pelas Câmaras de Vila Real de Santo António e Portimão, respectivamente, para funcionarem em Julho e Agosto, são "um roubo" aos contribuintes e lesam os empresários que investem milhares de euros para funcionarem legalmente todo o ano.
José Manuel Trigo, que é proprietário da discoteca Trigonometria e do T Clube, disse à agência Lusa que esta é uma das grandes preocupações dos proprietários discotecas no Algarve, a par dos horários cada vez mais prolongados dos bares e da obrigatoriedade e custos da segurança privada. "Como é que eu vou concorrer contra uma Câmara, ou alguém subsidiado por uma Câmara, que traz aqui um DJ fantástico que custa 40 mil euros, quando eu só posso pagar dois ou três mil?", interroga-se.
Segundo o dirigente, a existência de espaços temporários como o Manta Beach ou o Sasha são "graves", porque são financiados "com dinheiros públicos" e "não cumprem as exigências legais que as outras discotecas têm que cumprir".
O empresário referiu ainda que, no ano passado, a associação interpôs providências cautelares contra o Manta Beach e o Sasha em julho, mas o tribunal entrou de férias e em setembro disse que, como já estavam fechados, não valia a pena pronunciar-se e aconselhou-os a avançar com outros procedimentos legais.