Paulo Esteves Ferreira sucede a José Manuel Ribeiro e mantém a Câmara de Valongo nas mãos do PS, mas sem maioria absoluta. O Chega afirma-se como terceira força, num concelho agora mais competitivo e plural, onde a governação exigirá diálogo e negociações pontuais.
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O resultado das autárquicas em Valongo confirma uma viragem no equilíbrio político local. O Partido Socialista manteve a presidência da Câmara com Paulo Esteves Ferreira, mas perdeu a maioria absoluta que sustentava desde 2013. A vitória, com 38,16% dos votos, foi renhida face à coligação PSD/CDS-PP, que somou 34,71%, revelando um concelho mais fragmentado e competitivo. O Chega, com 13,67%, consolidou-se como terceira força política, alterando o mapa partidário no município.
Na sede concelhia do PS em Ermesinde, o ambiente foi de tensão até ao último momento. Militantes e simpatizantes acompanharam a contagem "com o coração nas mãos", e muitos só respiraram de alívio quando a vitória foi confirmada. "Foi uma boa sensação", admitiu Paulo Esteves Ferreira, em declarações exclusivas ao JN. "Acima de tudo, acho que é uma evolução. Vou ter a oportunidade de pôr as minhas ideias em prática e assumir os compromissos que defendi durante este ato eleitoral."
"Acho que é a democracia a funcionar"
Depois dos primeiros festejos em Ermesinde, o recém-eleito presidente rumou em caravana até à Câmara de Valongo, onde se juntou a centenas de apoiantes para a grande celebração. Apesar da alegria, o novo autarca reconhece os desafios que se avizinham: "No primeiro mandato de José Manuel Ribeiro também não tivemos maioria e conseguimos governar. Acho que é a democracia a funcionar - e bem. Desde que me deixem governar, irei fazer o melhor que puder."
Com um percurso iniciado em 2013 como adjunto, passando por vereador e mais recentemente vice-presidente de José Manuel Ribeiro, Paulo Esteves Ferreira assume agora a liderança do município após 12 anos de governação socialista. "Vou trabalhar para cumprir tudo aquilo que assumi, fazer o melhor pela comunidade - e depois a comunidade irá premiar", afirmou.
A eleição de Miguel de Oliveira em Ermesinde, uma das freguesias mais populosas, reforça a presença socialista no território, mas não compensa a perda da maioria absoluta. O novo ciclo autárquico em Valongo começa sob o signo da negociação e da pluralidade, com um executivo que dependerá de entendimentos pontuais para garantir estabilidade e concretizar o programa socialista.