Na reunião de Câmara de Gaia, Rui Rocha Pereira, do PSD, fez um balanço negativo sobre a empresa de transportes Unir, ao apontar a existência de “400 reclamações”, sendo que “78% destas queixas têm a ver com viagens não realizadas”. O vereador social-democrata considerou que os “transportes em Gaia são uma lástima”.
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Rui Rocha Pereira ressalvou que a Unir não depende da Câmara Municipal, pelo que “serão pedidas explicações” à Empresa de Transportes Metropolitanos do Porto. O tema da mobilidade marcou a reunião desta segunda-feira.
Na resposta, José Guilherme Aguiar, da vereação maioritária do PS, considerou que “400 queixas em milhões de passageiros é relativo e que, se calhar, na Metro o número é maior”. Reconheceu que “há partes do concelho que não são abrangidas como deviam ser”, mas rotulou o aparecimento da Unir como “positivo”. Acrescentou Guilherme Aguiar: “Há que continuar a fazer este caminho. Não encaro a situação com um sentido tão derrotista”.
Insatisfeito com o discurso do Executivo, Rui Rocha Pereira insistiu nas críticas. “O serviço é muito fraco. A população está pior do que antes do surgimento da Unir. Isto é gravíssimo, é dramático. Nada tem a ver com um cenário cor de rosa. A juntar às que fizeram queixa, há milhares de pessoas que sofrem e já nem apresentam reclamação. É inaceitável que isto esteja acontecer em 2025”, reforçou, afirmando que, em 2024, a Unir fez menos quilómetros do que o que estava contratualizado.
Para o social-democrata, é preocupante que “não se cumpram horários” e que, no contacto com a empresa, as justificações sejam vagas.
Na troca de argumentos entre a oposição, representada pelo PSD, e a maioria socialista, Guilherme Aguiar voltou a usar da palavra, repetindo que a situação está “melhor” do que anteriormente. “Não quero com isto dizer que o panorama é cor de rosa. Mas é melhor do que estava, antes da iniciativa da Área Metropolitana do Porto [leia-se: criação da Unir].”
Dário Silva, também vereador do PS, insinuou que o discurso social-democrata teria “fins eleitoralistas”, dada a proximidade das eleições autárquicas. “Não dramatizem, assim como nós também não douramos a pílula a dizer que o serviço é muito bom. É inegável que aumentou o número de passageiros e podemos discutir o reforço de carreiras nas horas de ponta. É certo que não está tudo bem, mas não está como o senhor [Rui Rocha Pereira] pinta. Há trabalho para fazer”, disse.
Marina Mendes liderou a reunião
A vice Marina Mendes, que irá substituir Eduardo Vítor Rodrigues quando este deixar a presidência, liderou a reunião de Câmara. Esta segunda-feira, Eduardo Vítor esteve ausente, mas a substituição só será consumada em "meados de junho", como o próprio anunciou. A vice deu o mote para a discussão sobre a Unir, um tema que fazia parte da Ordem de Trabalhos, quando fez um balanço "agridoce" do serviço da transportadora, o que desagradou ao PSD.