PSD de Braga critica atraso na vacinação de 120 idosos com mais de 80 anos, a quem foi dito que teriam de o fazer no hospital. Diretor do Centro de Vacinação e hospital dizem que problema está a ser resolvido.
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O PSD de Braga criticou, este domingo, o que diz ser um "injustificado e prolongado adiamento de vacinação de mais de 120 idosos, com mais de 80 anos, que integravam o grupo prioritário da Fase 1, alegadamente por razões de segurança clínica". Mas o diretor do ACES/Braga, Domingos Sousa, contrapõe que 80 por cento deles já foram inoculados e os outros sê-lo-ão esta semana.
O dirigente social-democrata João Granja disse ao JN que esses cidadãos não foram vacinados no dia em que compareceram no Centro de Vacinação do Fórum Braga para lhes ser administrada a primeira dose, tendo-lhes sido dito que seriam chamados para o fazer no Hospital da cidade.
"Foram vistos por um médico que lhes disse que, por precaução, teriam de ser vacinados no Hospital, por exemplo, para o caso de sofrerem um choque anafilático", salientou, sublinhando que "o ACES e o Hospital têm de dar as mãos para resolver a situação".
Dois meses depois, - sublinha - "várias dezenas de pessoas continuam, com grande ansiedade, à espera de serem contactados para receberem a vacina, em muitos casos com a perplexidade de verem nas notícias cidadãos com menor risco a serem vacinados".
João Granja pergunta, por isso, às autoridades locais de saúde e ao Hospital qual o motivo para o adiamento, frisando que são pessoas em idade de alto risco" e lembrando que o caso configura "uma situação de desigualdade injustificada e cujo custo pode ser a perda de vidas humanas".
Em resolução, diz o ACES
Em declarações ao JN, o diretor do ACES (Agrupamento de Centros de Saúde de Braga) , Domingos Sousa disse que, os critérios que levaram a que se tivesse decidido enviar os cidadãos para serem vacinados no Hospital foram, entretanto, alterados: "a norma mudou! Antes, e por exemplo, quem não pudesse tomar 'benuron' não podia receber a vacina aqui e tinha de ir para o Hospital. O que não se justificava. O que garanto é que, 80 por cento dessas pessoas, mais de 80, nessas circunstâncias foram já vacinadas e outras 50 vão começaram a ser chamadas hoje".
Já o Gabinete de Comunicação do Hospital adiantou ao JN que seis utentes foram ali inoculados com a vacina anti-covid-19, não existindo nenhum caso pendente para vacinação.
E explica: "segundo as Normas da DGS (atualizadas a 1 de março), devem ser referenciados para os Serviços Hospitalares de Imunoalergologia, através dos cuidados de saúde primários, os doentes com história de reações alérgicas, de hipersensibilidade ou anafiláticas, que constituem contraindicações ou precauções a esta vacina".
Após referenciação dos cuidados de saúde primários, - prossegue o Gabinete da Administração - "os médicos desta especialidade avaliam os casos clínicos apresentados, para saber se a vacinação deve ocorrer em meio hospitalar ou no ponto de vacinação dos Cuidados de Saúde Primários".
"Nas situações em que o Serviço de Imunoalergologia considere que a vacinação deve ocorrer em meio hospitalar, a mesma é planificada e agendada pelo Hospital, com pedido da vacina à respetiva Administração Regional de Saúde (ARS)", sublinha.
E acrescenta: "A maioria dos casos em apreço já foram vacinados nos Cuidados de Saúde Primários (CSP) - cerca de 80% -, sendo que os restantes serão vacinados, nos próximos dias, também nos CSP, havendo uma articulação rigorosa entre o Hospital e o ACES.
