Polícia preparada para primeira utilização daquele dispositivo. Ainda não se sabe quem vai fazer cumprir as regras nas praias durante o verão.
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A PSP prepara-se para vigiar com drones, neste fim de semana, marginais marítimas do Grande Porto, monitorizando eventuais incumprimentos do dever geral de recolhimento. Ao que o JN apurou, o Comando do Porto da PSP deverá usar os equipamentos, por exemplo, nas marginais marítimas de Matosinhos, Vila do Conde e Póvoa de Varzim. Será a primeira vez que o dispositivo policial irá utilizar drones.
O objetivo é monitorizar os referidos locais, que costumam atrair muitas pessoas, especialmente quando o tempo está agradável. Porém, uma vez que o país ainda se encontra em estado de emergência, as atividades de lazer estão fortemente condicionadas e a PSP estará atenta a eventuais incumprimentos.
Quem fará cumprir?
Em reunião de preparação da época balnear realizada quarta-feira, foram conhecidas algumas medidas a tomar e que vão constar de um manual de boas práticas. Lotação máxima com controlo na entrada da praia; distanciamento de dois metros entre toalhas no areal; ou uso de máscaras em casas de banho e bares estão entre essas regras. Em causa está, agora, quem vai garantir o seu cumprimento.
No sábado, em entrevista ao "Expresso", o primeiro-ministro, António Costa, atribuiu responsabilidade às autarquias e às capitanias.
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A Associação Sócio-Profissional da Polícia Marítima já negou ter meios suficientes: 300 agentes para 800 quilómetros de praias. O JN questionou o Ministério da Administração Interna para saber se a GNR e a PSP vão estar no terreno com a Polícia Marítima, mas não obteve resposta em tempo útil.
Não serão os nadadores- -salvadores a fazer esse trabalho. Fernando Tadeia, da Federação de Nadadores Salvadores, recorda que não são uma autoridade. "O reforço das regras de saúde tem de ser feito pelas autoridades", destacou.
Preocupação no interior
Os autarcas apelam à consciencialização da população como principal medida. Mas, no interior do país, a previsível incapacidade de controlar o acesso e ajuntamentos pode significar o encerramento de algumas praias fluviais, com o consequente abalo financeiro.
Em Góis, onde há cinco praias fluviais, a presidente da Câmara, Lurdes Castanheira, pede que seja publicada "uma portaria para contratação de pessoal que faça o controlo e contagem de pessoas nas praias".
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A Autarquia investiu mais de 400 mil euros na praia de Alvares com o objetivo de dinamizar a economia naquela zona. "Os incêndios de 2017 prejudicaram bastante o turismo e as praias fluviais são hoje um ativo com grande peso na economia do turismo, por isso vamos fazer todos os esforços para que abram na época balnear, mas não podemos fazer sozinhos", referiu.
Maior procura
Em Seia, há sete praias fluviais e o presidente da Câmara admite que pode haver uma maior procura face às limitações que vão ser impostas no litoral. Carlos Filipe Camelo diz-se "habituado a ver o Governo atirar para as autarquias a resolução de problemas". "Se não formos nós a resolver ninguém vem. De acordo com as regras impostas, o município com a GNR e juntas de freguesia vão ajudar no cumprimento", assinalou.
O JN questionou a GNR para tentar saber se estará preparada para esse controlo, mas não obteve resposta em tempo útil.