Doze elementos da PSP de Braga estão infetados com o novo coronavírus. O Comando Distrital diz que a polícia continua operacional e rejeita algumas críticas internas.
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Fonte do Comando disse ao JN que, entre os infetados estão um agente da Esquadra de Investigação Criminal (EIC), uma agente da área de Formação do Comando e dez operacionais da Esquadra de Investigação e Fiscalização Policial (EIFP). Os 12 efetivos estão em casa, tal como outros 13 que estão em quarentena.
O Comando mandou sete outros polícias fazer testes, os quais deram negativo, tendo, por isso, recebido ordem de se apresentarem ao serviço.
"Quem quiser usar sempre luvas, tem de comprar"
Uma outra fonte policial revelou ao JN que "os elementos da EIFP estão em contacto permanente, pois fardam-se todos juntos, partilham os mesmos espaços e viaturas e recebiam ordens do mesmo comandante e adjunto, ambos infetados".
Alguns agentes, que pediram o anonimato, lamentam, ainda, que, "não haja qualquer plano de contingência, e que a única medida tomada tenha sido a de separar os sete elementos de uma secção em três viaturas" (quando antes iam na mesma).
E acrescentam: "As poucas luvas e máscaras cirúrgicas existentes só podem ser utilizadas quando houver certeza de que a pessoa abordada está infetada. Quem quiser usar sempre, tem de comprar".
A mesma fonte afirma que, "para limpar as viaturas e os computadores há um pano e uma solução, mistura de lixívia com água. Não há higienização dos espaços na sede do Comando, onde trabalham aquelas esquadras. Os agentes não sentem apoio hierárquico e grassa a desmotivação e a preocupação com possíveis infeções, que se podem estender às famílias".
Comando rejeita críticas
Em resposta ao JN, o Comando contraria as críticas, dizendo que a situação está a ser acompanhada pela autoridade de saúde local, como consta das diretivas nacionais.
E prossegue: "Inclusivamente hoje [quarta-feira], o delegado de saúde esteve presente nas instalações do Comando para melhor aquilatar as condições de trabalho dos polícias bem como dos vestiários, sendo que nada de negativo foi apontado".
"Todas as decisões de quem trabalha ou não trabalha são tomadas tendo por base exclusivamente a decisão da respetiva autoridade de saúde", afirma.
O Comando assegura, ainda, que tem o seu plano de contingência implementado desde 5 de março, "como é do conhecimento dos polícias que aqui trabalham bem como da Direção Nacional da PSP, sendo escrupulosamente seguido por toda a cadeia hierárquica".
Diz, por outro lado, que, "foi distribuído material em quantidade e qualidade suficiente, para serem efetuadas diariamente, e se necessário mais vezes, higienizações e desinfeções".
Acentua, também, que "as regras que se encontram implementadas para uso de EPI (Equipamento individual de proteção) são as definidas pela Direção -Geral da Saúde. A todos os polícias está distribuída individualmente uma viseira de proteção e têm à sua disposição luvas e máscaras para usarem sempre que necessário".
E a concluir: "estas regras são e serão alteradas, por ordem da Direção Nacional, sempre que as autoridades de saúde assim o aconselhem".