PS/Santiago do Cacém diz que retirada de confiança a vereadora respeitou procedimentos
O PS de Santiago do Cacém garantiu hoje que a retirada de confiança política à vereadora socialista na câmara, Susana Pádua, contestada num manifesto, "é um ato político" que respeitou os procedimentos adotados em relação a outros casos.
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"A retirada da confiança política da vereadora Susana Pádua é um ato político e seguiu o procedimento habitual em outros casos semelhantes", explicou o presidente da Comissão Política Concelhia do PS de Santiago do Cacém, no distrito de Setúbal, Rodrigo Charrua.
No manifesto "Pela transparência e solidariedade", subscrito por autarcas, militantes e simpatizantes do PS do município, é pedido para que seja "revertida a retirada de confiança política" à vereadora.
De acordo com os subscritores, a reunião onde foi votada a medida "não continha, na sua ordem de trabalhos, qualquer ponto relativo" a este assunto e realizou-se "sem ser seguida a ordem pela qual [os membros efetivos e suplentes] foram eleitos e sem ser esgotada a lista dos membros efetivos".
A decisão, diz o grupo de 58 signatários, a decisão "está carregada de inverdades e de juízos de valor sem qualquer suporte factual" e estes episódios "revelam todo um processo de perseguição política que, paulatinamente, se vem manifestando desde 2021".
Por isso, se a medida não for revertida, outros militantes do PS com assento na Assembleia Municipal de Santiago do Cacém e na Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL) "poderão pedir a renúncia aos mandatos".
Num esclarecimento por escrito, o presidente da Comissão Política Concelhia do PS referiu que na reunião daquela estrutura partidária "estiveram presentes 25 elementos efetivos, tendo sido seguida a ordem pela qual foram eleitos".
"Atendendo a que existe um total de 37 elementos efetivos e existiam 25 elementos efetivos presentes, é manifesta a existência de quórum. Na sequência de diversos efetivos terem pedido substituição, encontravam-se igualmente presentes quatro elementos suplentes, conforme decorre dos estatutos do PS", sublinhou.
De acordo com Rodrigo Charrua, após a apresentação da proposta de retirada da confiança política, que "foi aprovada por 88% dos presentes com direito de voto" na reunião, "existiram inscrições para usar da palavra, tendo sido possível a intervenção da camarada Susana Pádua, algo que fez".
A concelhia manifestou "total disponibilidade para esclarecer a Comissão de Jurisdição" e, além de registar "com profundo incómodo os ataques que têm vindo a ser realizados nas redes sociais", lembrou que nas eleições internas do partido "não foi apresentada qualquer lista alternativa àquela que venceu democraticamente" o ato eleitoral.
Na última semana, três dos quatro eleitos do PS na Assembleia da União de Freguesias de Santiago do Cacém, Santa Cruz e São Bartomoleu da Serra, Ricardo Cruz, Mário Ciríaco e Ana Bernardino, renunciaram ao mandato, alegando "quebra irreversível de confiança" na comissão política do PS.
Nas eleições autárquicas de 2021, o PS elegeu Susana Pádua e Artur Ceia como vereadores, num executivo liderado por Álvaro Beijinha (eleito pela CDU). No passado mês de junho, Artur Ceia renunciou ao mandato, invocando motivos pessoais, mas também políticos devido a "divergências" com a concelhia, sendo substituído por Tiago Lopes.