Carina Ferreira costumava ir com as amigas ao Pódecafé no centro de Lamego. Um ponto de encontro de jovens, aberto até às duas da manhã, onde podem ouvir música, ver televisão, utilizar computadores, Internet e jogar matraquilhos.
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Foi a partir do Pódecafé que muitos seguiram o mistério do desaparecimento da jovem. Uns como meros espectadores, como Eduardo Cardoso, que evitou "envolver-se emocionalmente no caso", outros como participantes activos das redes sociais que foram revelando pormenores e mobilizando atenções para o drama à escala planetária.
"Houve uma partilha muito positiva de informações. Mas, infelizmente, como sempre acontece, também houve pessoas que se aproveitaram da dor alheia para a denegrir e dizer barbaridades. Puseram-lhe a vida ao léu", critica um professor de natação que não quis identificar-se. "Fui acompanhando o caso de longe. Nunca acreditei que a Carina tivesse saído de casa. Não fazia sentido. Era uma jovem livre. Já a tese de rapto...", confessa Eduardo Cardoso.
Ontem, ainda surpreendidos com o desfecho de um caso que apaixonou a opinião pública, durante mais de um mês, Fábio e dois amigos, ambos com Daniel no nome, passavam os jornais a pente fino.
"Custa a acreditar no acidente. Na ausência de vestígios. Por outro lado, quando se fala em velocidade, não podemos esquecer que aquilo é uma auto-estrada. Não é para andar a 50 quilómetros por hora", comentavam com ironia.
Fátima Gonçalves, gerente do Pódecafé há cerca de um ano e meio, lamenta a morte de Carina. "Era uma jovem linda e respeitável. A sua alegria enchia os espaços onde estava. É com tristeza que sabemos que morreu desta forma tão trágica", confessava. "Deviam ter envolvido os "Rangers" de Lamego nas buscas", defendia, revoltado, o professor de natação.