Em entrevista ao "Jornal de Notícias", Aniceto Viegas, diretor-geral da promotora imobiliária Avenue, revela que o Quarteirão de D. João I, no Porto, terá cinco novos edifícios, com habitação, hotel e uma praça pública no interior, estando a conclusão prevista para 2022.
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Qual é o nome do empreendimento?
Bonjardim. Tiramos o City Block, vamos ficar portugueses.
Montante do investimento?
O investimento é de 57 milhões de euros. Há um parceiro hoteleiro. Ele faz diretamente o seu investimento, ao mesmo tempo que nós fazemos o nosso. Aos 57 milhões há a somar o deles. Diria que há um investimento adicional feito por eles, de cerca de 30 milhões de euros.
Quem é o parceiro hoteleiro?
O nome deles é The Student Hotel. Vão fazer um hotel de quatro estrelas com 280 quartos. Será um modelo híbrido. Ou seja, terá alojamentos para estudantes, mas também terá componente hoteleira, coworking e salas de eventos. Vários usos. Procuram fomentar o espírito de comunidade empreendedora, misturando vários públicos alvo, como são os casos do estudante, do turista e do empresário.
O Bonjardim terá cinco edifícios, é assim?
Haverá cinco novos blocos de edifícios. O hotel será um deles. Esse parceiro [The Student Hotel] terá cerca de 30 apartamentos do lado deles. A nossa parte são 93. Nós fazemos o estacionamento na cave, o comércio no rés-do-chão e a habitação. Eles fazem o hotel. Os nossos 93 apartamentos vão de tipologias T0 até T4 e 50% serão acima de T2. É um produto mais direcionado para famílias.
E o parque vai ser concessionado?
Haverá um parque subterrâneo, de três pisos, com 499 lugares. Haverá uma parte para uso público [250 lugares] e há interessados na concessão.
Quantas lojas terá o piso comercial?
São 3560 metros quadrados e 16 lojas. No limite poderão ser menos, se um lojista optar por juntar mais do que uma loja.
Quando começará a venda?
A ideia é arrancar com a comercialização em abril.
O que vai acontecer à praça que existia no anterior projeto?
Vai haver uma praça de 2502 metros quadrados. Esta praça é exatamente a mesma que existia, em termos de tamanho não mudou. O que muda? Integra uma parte verde. A praça anterior era apenas uma praça de pedra, sem qualquer espaço verde. Fizemos questão de criar. Hoje em dia, no centro da cidade, faz muito sentido ter espaços verdes e essa é a principal alteração introduzida, para que fosse mais agradável.
Há mais mudanças?
Também mudamos a arquitetura exterior. Optamos por uma arquitetura que vai buscar os códigos de cor do Mercado Ferreira Borges e vai buscar azulejos. Atualizamos e demos um cunho mais local. Sendo um projeto importante no centro, devia ir buscar referências da cidade e uma das que gostamos muito é a do Mercado Ferreira Borges, da sua cor rubi, que dá muito carisma. Introduzimos os azulejos, que é uma referência tanto do Porto como do país.
Qual é a construtora que vai executar a obra?
O empreiteiro nesta fase é a Mota-Engil, que tratou do reforço das paredes de proteção e vai fazer a segunda fase, das obras abaixo do solo. Depois, para a parte acima do solo ainda teremos que fazer consulta de preço. Fazia sentido que continuasse [Mota-Engil]. Vamos aguardar pela consulta.
Qual é o calendário previsto até à conclusão?
O início da venda será já em abril. Pela frente há 10 meses para trabalhos de contenção periférica. Se tudo correr bem, esperamos a partir de junho começar a fazer trabalhos acima do solo, em simultâneo com os trabalhos abaixo do solo. O prazo estimado será entre 12 a 15 meses. Para terminarmos os cinco blocos entre junho e setembro de 2022.
O que leva a Avenue a investir no Porto?
Decidimos reforçar [tinham investido no projeto Aliados 107, na Avenida dos Aliados, e têm em construção o V Porto, na Rua D. Pedro V] porque acreditamos muito no mercado do Porto. Consideramos que hoje é uma cidade que tem um grande interesse, tanto para clientes nacionais como internacionais, e que tem evoluído muito.