Está decidido: o canal do Ramal da Alfândega, no Porto, dará lugar a um serviço de transporte público entre Campanhã e a Alfândega do Porto. A STCP Serviços está a estudar qual o veículo mais indicado para fazer a ligação de 3,7 quilómetros. De acordo com Rui Moreira, será um "elétrico contemporâneo" ou metrobus.
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"As coisas estão a avançar", garante o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, quando questionado em Assembleia Municipal sobre o projeto de transporte público para o Ramal da Alfândega. O autarca garante que as obras de consolidação da escarpa já terminaram, estando atualmente a ser instalado "tout-venant", um material utilizado na construção civil como base para estradas e que permitirá a utilização do canal também por quem quiser andar a pé.
Moreira adianta que a STCP Serviços está agora a estudar qual o modelo de veículo a utilizar: se um "elétrico contemporâneo" ou um metrobus. Este último traz a vantagem de, caso não haja serviço aos fins de semana, aquele canal possa ser utilizado para lazer. A desvantagem, adianta, é a de não existirem, no momento atual, veículos desses "com duas cabines". "Com duas, só transporte ferroviário", adiantou.
"Concretizar o investimento"
Para o deputado da CDU, Rui Sá, "é tempo de começar a concretizar o investimento" no Ramal da Alfândega. Também para o PSD, este canal "é fundamental", com capacidade para transportar "cerca de 2800 pessoas por dia" caso se trate de uma ligação direta entre a zona do edifício da Alfândega e a estação de Campanhã.
Recorde-se que reativar esta ligação com recurso à ferrovia implicaria um investimento de 22 milhões de euros enquanto que adaptar o canal com 3,7 quilómetros de extensão (dos quais 1,3 quilómetros são em túnel) a um transporte rodoviário ao estilo vai-e-vem, custaria metade do preço. Essa é uma das conclusões do estudo da STCP Serviços, apresentada em reunião de Câmara do Porto em outubro passado.
Anualmente, um transporte público naquele ramal iria ser usado por 835 mil a um milhão de pessoas, 60% dos quais cidadãos nacionais.
Acesso ao Terminal Intermodal será condicionado
Ainda sobre mobilidade, já que a sessão extraordinária desta segunda-feira à noite teve esse tema como ponto único, Rui Moreira adiantou que o acesso ao Terminal Intermodal de Campahã (TIC) terá de vir a ser condicionado.
O autarca, questionado pela deputada do BE, Susana Constante Pereira, admitiu "um problema de acesso de veículos particulares e TVDE", que estacionam junto ao terminal na expectativa de recolher passageiros. Para resolver o problema, Moreira adiantou a possibilidade de criar um modelo semelhante às Zonas de Acesso Automóvel Condicionado (ZAAC) e também idêntico "ao que acontece nos aeroportos".
"Não quisemos começar com essas medidas inibidoras, mas é provável que tenham de ser aplicadas", admitiu o presidente da Câmara do Porto.