Responsável de uma obra vizinha cedeu a estrutura para vítima de acidente de trabalho na Figueira da Foz.
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Um homem com mobilidade reduzida precisou de uma rampa amovível cedida por uma empresa de construção civil para entrar anteontem no Tribunal do Trabalho da Figueira da Foz. O tribunal admite que a situação terá de ser resolvida e já a reportou às entidades superiores.
João Sousa dirigiu-se ao tribunal para uma audiência relacionada com o acidente de trabalho que o deixou paraplégico em janeiro de 2016. Ao chegar, deparou-se com dois degraus na entrada, sem rampa, o que impedia a sua entrada. "A solução que me deram era pegar na cadeira ao colo, mas disse logo que não, porque ela pesa 200 quilos", afirma João ao JN.
A solução foi encontrada por um amigo de João Sousa, e testemunha no processo, que pediu uma rampa amovível ao responsável de uma obra municipal a decorrer próximo das instalações judiciais.
A audiência acabaria por ser adiada para janeiro, devido à falta da advogada da seguradora.
Reportado às entidades
Esta foi a primeira audiência de João Sousa no Tribunal de Trabalho da Figueira da Foz. "As outras vezes que fui ouvido foi no Departamento de Investigação e Ação Penal de Coimbra, onde tinha de levar as minhas próprias rampas", conta. Reconhece que o Tribunal da Figueira da Foz, no interior, tem uma plataforma elevatória que lhe permite subir aos pisos cimeiros, mas tem o obstáculo dos degraus à entrada.
Ao JN, uma fonte do Tribunal da Figueira da Foz admite que a situação deverá ser melhorada. "No interior temos todas as condições, mas à entrada ainda há dificuldades, sobretudo para este tipo de cadeiras de rodas elétricas mais pesadas", afirma.
A mesma fonte revela já ter reportado a situação a outras entidades, como a Câmara da Figueira da Foz e o Ministério da Justiça, esperando ver a situação resolvida brevemente. "Não foi a primeira vez que aconteceu. A audiência deste senhor vai ser retomada em janeiro e esperamos ter a situação resolvida até lá", acredita.