A Câmara de Caminha avançou com a candidatura para financiar a obra de restabelecimento do leito do rio Coura naquele concelho, que deverá livrar a freguesia de Vilar de Mouros das constantes cheias. Há muitos anos que as inundações afetam o centro da localidade durante o inverno, quando chove com mais intensidade.
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A intervenção, com um custo global de cerca de 1,1 milhões de euros, terá uma comparticipação de 832 mil euros (75%) e incidirá no troço de rio entre a ponte de Vilar de Mouros e o cais do Pego, em Venade, prevendo-se, também, a instalação de meios de monitorização hidrométrica e meteorológica.
O Município, liderado por Rui Lages, garante que um dos objetivos é “tentar mitigar e prevenir” as enchentes a que “a população de Vilar de Mouros já se habituou” e que fecham a ponte medieval. Atingem todo o recinto do festival [incluindo o antigo, no Largo do Casal] e a capela de Santo Amaro, já adaptada no seu interior por causa da frequente entrada da água”. Nesse sentido, o Executivo aprovou, nesta quarta-feira por unanimidade, um protocolo de cooperação técnica entre a Agência Portuguesa do Ambiente, a Infraestruturas de Portugal e a autarquia para que seja apresentada a candidatura aos fundos europeus do Norte 2030.
Não pode ser um hábito
“O principal objetivo é a requalificação das margens do rio Coura, o desassoreamento, a remoção de árvores que têm vindo a cair e a criar dificuldades de navegação e de condução das próprias águas e a colocação de duas estações hidrométricas e uma meteorológica para aferir que água circula, qual é o caudal para mitigar ou prevenir inundações”, descreveu Rui Lages ao JN.
Em Vilar de Mouros, “as cheias são uma constante e a população já está habituada, mas este não pode ser um hábito e há que tentar minimizar os impactos”. A expetativa do autarca é de que a candidatura seja aprovada a breve trecho. “Quando mais rápido for a aprovação, mais rapidamente lançaremos o concurso e executaremos a obra necessária, para que o rio Coura continue a ter vida e dinâmica própria”, concretizou. Rui Lages atenta que a intervenção prevista “é uma das maiores alguma vez feitas no rio Coura, sob jurisdição da Câmara de Caminha”.
O projeto alvo de candidatura tem, de acordo com a proposta aprovada pela autarquia, um financiamento estimado de 832 331,40 euros, correspondente a 75% de comparticipação comunitária. E prevê uma intervenção na “área de risco potencial significativo de inundação do rio Coura, identificada nos planos de gestão dos riscos de inundações da região hidrográfica do Minho e Lima”. A obra “abrange aproximadamente 2900 metros do rio Coura, desde a ponte romana de Vilar de Mouros até ao Cais do Pego, numa área classificada como domínio público hídrico”. Os trabalhos contarão com um período de execução de 24 meses, ou seja, dois anos.