O Movimento Cívico da Linha do Tua (MCLT) está indignado com a REFER pelo facto de ainda não ter reaberto a circulação ferroviária entre o Cachão e Brunheda. Aquele troço da linha do Tua está encerrado desde 22 de Agosto de 2008, altura em que aconteceu o acidente que provocou um morto e dezenas de feridos.
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"É absolutamente incompreensível e imperdoável" que esteja fechada, porque "já se sabe que aquele troço não vai ficar inundado caso a barragem de Foz-Tua venha mesmo a ser construída", refere Daniel Conde do MCLT. Há 17 meses, que as composições do Metro só fazem a ligação entre Mirandela e o Cachão, ficando o restante troço até ao Tua entregue a uma frota de táxis contratada pela CP. As pessoas que vivem na zona "estão muito mal servidas com o serviço de táxi porque ainda há dias um passageiro teve de ir na mala" denuncia Daniel Conde. Por outro lado, manifesta satisfação pelo desfecho do caso "Carril Dourado", em que o Supremo Tribunal de Justiça condenou a empresa O2, de Manuel Godinho, ao pagamento de uma indemnização de mais de 100 mil euros, à REFER por furto de carris na Linha do Tua.
Daniel Conde considera que a REFER deverá ter o "bom senso" de encaminhar essa verba para a modernização da linha do Tua. "Se os carris foram roubados naquela via-férrea, será um acto de justiça que esta indemnização seja aplicada ali", afirma. "Por exemplo, na requalificação de estações para maior conforto para os passageiros", conclui.
O MCLT entende ainda que "é grave" ignorar que aquela via-férrea constituirá um eixo estruturante de desenvolvimento de Trás-os-Montes e Alto Douro. Para além disso, considera que o seu serviço público às populações, à indústria e ao turismo, num cenário de ligação à alta velocidade, voos "low cost", e ao Douro Vinhateiro, são "preciosos" para o desenvolvimento regional e nacional