Reativar o Ramal da Alfândega, no Porto, com ferrovia implicaria um investimento de 22 milhões de euros. Já a adaptação daquele canal a um transporte rodoviário, do estilo vai-e-vem, custaria metade do preço. Essa é uma das conclusões de um estudo da STCP Serviços.
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O estudo sobre o modelo de operação e a viabilidade financeira da reativação do Ramal da Alfândega, inutilizado desde 1989, foi apresentado, pela STCP Serviços, durante a reunião desta segunda-feira do Executivo da Câmara do Porto.
Segundo esse estudo, a introdução de transporte público naquele canal com uma extensão de 3,7 quilómetros (1,3 quilómetros dos quais em túnel), seria lucrativo em termos de operação. Mas desde que não seja construída a estação das Fontaínhas que, indica o estudo, teria apenas uma procura diária de 25 a 30 passageiros. Acresce que construir aquela estação custaria 2,5 milhões de euros.
"O investimento é muito grande face à procura", concluiu a STCP Serviços.
Já uma ligação direta entre a zona do edifício da Alfândega e a estação de Campanhã teria uma procura diária de 2.800 passageiros. Ao nível anual, um transporte público naquele Ramal iria ser usado por 835 mil a um milhão de pessoas, 60% dos quais cidadãos nacionais, sobretudo residentes na periferia do Porto.
Segundo o estudo da STCP Serviços, a grande opção em cima da mesa será sobre o tipo de transporte a colocar no Ramal da Alfândega, ou seja, um assente na ferrovia, como um metro ligeiro, ou outro assente na rodovia, como um mini-bus. Qualquer um, contudo, terá que funcionar em sistema de vai-e-vem.
"A solução rodoviária custaria perto de 11 milhões de euros. Já a ferroviária perto do dobro", estima a STCP Serviços.
Ao nível da operação, uma concessão pelo período máximo de 15 anos seria lucrativa, segundo a STCP Serviços, uma vez que traria custos anuais de um milhão de euros e uma receita de 2,5 milhões de euros, caso se opte por um sistema misto, com bilhetes ocasionais como acontece com o elétrico, permitindo-se o uso do andante.
"Temos um diagnóstico feito. Isto merece uma reflexão", considerou o presidente da Câmara do Porto Rui Moreira, lembrando uma questão que não foi ponderada pelo estudo da STCP Serviços. É que, para Rui Moreira, a reativação do Ramal da Alfândega poderá ser essencial para a pedonização de todo o centro histórico. "É uma enorme potencialidade. Com isto sim, pode-se pensar na pedonização de todo o centro histórico", apontou o autarca.