Uma regueifa com 50 quilos e 1,8 metros ou um cortejo de padeiros são algumas das atrações da Feira da Regueifa e do Biscoito que decorre em Valongo de sexta-feira a domingo, a par de um Mercado Oitocentista.
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O concelho de Valongo, distrito do Porto, tem uma forte tradição ligada à panificação. Na edição do ano passado passaram por este evento cerca de 25 mil pessoas, com a organização - composta pela câmara e pela junta de Valongo - a ter expectativa de "pelo menos" igualar este número.
"Acreditamos que as marcas de Valongo [referindo-se ao biscoito e à regueifa, mas também à ardósia e ao brinquedo] podem alavancar o concelho e a economia local. Daqui a alguns anos este evento pode aumentar. É uma ideia que tem de ser alimentada", disse o presidente da câmara, José Manuel Ribeiro.
O autarca falava aos jornalistas na apresentação desta feira e mercado que ao longo de três dias obrigará ao corte de cerca de meio quilómetro de uma das principais artérias do centro de Valongo, local por onde, a par do histórico e central Largo do Centenário, entre outras ruas, estarão mais de 30 dezenas de bancas de padarias e biscoitarias, bem como de produtos locais e/ou complementares a esta atividade.
A Feira da Regueifa e do Biscoito e Mercado Oitocentista, num investimento de cerca de 30 mil, arrancam sexta-feira com animação de rua e a inauguração de duas exposições no Museu Municipal: as mostras "Valongo a preto e branco" e "Valongo, Terra da Regueifa e do Biscoito" complementam o passado do concelho com uma versão mais contemporânea. Para estas exposições foram fotografadas 30 padarias e biscoitarias de Valongo. "Há fotografias que até dá vontade de comer", afirmou José Manuel Ribeiro, em jeito de convite para um evento em que o aroma e o sabor serão sentidos principais a par do olhar, no caso das exposições ou do Cortejo de Padeiros a ser protagonizado por grupos associativos locais, marcado para as 19:45 horas, ou mesmo do tato na hora de testar a textura de dezenas de especialidades de bolachas e pães distintos.
"Durante mil anos seria possível inventar coisas diferentes em Valongo sobre o pão. Em Valongo existe uma base genética única: toda a gente sabe fazer pão", continuou o autarca que também destacou a Bênção do Pão, uma iniciativa que vai decorrer na Capela Nossa Senhora da Luz e na qual serão distribuídos, depois de benzidos, mil pães à população.
Ao longo de um programa com vários momentos musicais, animação de rua, sessões de teatro de fantoches, também está incluída a realização de um concurso que premiará a melhor regueifa e o melhor fidalguinho, uma variedade de biscoito típica de Valongo, cabendo a três chefes de cozinha nacionais - Dalila Cunha, Francisco Gomes e Arnaldo Azevedo - degustar e premiar os produtos candidatos.
Hoje as ruas do concelho começaram a ser preparadas, com a fachada da Paupério, fábrica que viveu o seu centenário no ano da Revolução dos Cravos, a ostentar já uma faixa alusiva à feira.
Já a também histórica Padaria Tradicional preparava os ingredientes para cumprir o desafio feito pela organização: confecionar uma regueifa com 50 quilos e 1,8 metros de comprimento.
Para domingo, dia de encerramento, estão agendadas visitas guiadas à igreja matriz de Valongo, edifício construído com fundos do outrora chamado "imposto do biscoito", bem como à zona onde estão concentradas mais padarias e biscoitarias, sendo que a maioria ainda preserva os fornos a lenha.
