Desde 2021 que o número de pessoas em situação de sem-abrigo tem aumentado. Projeto Legos garante acompanhamento com gestores de caso.
Corpo do artigo
O turno da noite começa uns minutos mais cedo. Há quem já espere pela equipa de rua sentado em escadas e muros perto do Movimento de Apoio a Problemáticas Sociais (MAPS), associação, em Faro, que tem recebido cada vez mais pedidos de ajuda. Os casos de pessoas em situação de sem-abrigo têm aumentado no Algarve, empurrados pelas rendas altas, o trabalho sazonal e consumos. Até à meia-noite, a missão deste grupo que o JN acompanhou é ir ao encontro desta população vulnerável.
Volodymyr vive há 25 anos nas ruas. Enquanto lhe dá uma refeição, Diogo Lopes, psicólogo na associação, pergunta como tem estado, como vai o trabalho e se a medicação está em dia. Foram precisos vários momentos como este para conseguirem construir uma relação de confiança. E na cara destas pessoas nota-se a necessidade de falarem com alguém que as ouça. Volodymyr trabalhou em vários restaurantes pelo país até chegar a Faro. Esteve empregado pelo menos sete anos num restaurante "lá na Baixa".