Há dúzia e meia de papagaios-do-mar a recuperar numa piscina com ambiente controlado no Centro de Recuperação de Animais Marinhos/Ecomare da Universidade de Aveiro. Ao lado, tartarugas comuns, ainda com prognóstico reservado, repousam em pequenos tanques com água aquecida.
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São os que sobreviveram das centenas de aves e outros animais marinhos que arrojaram em janeiro nas praias entre Peniche e Caminha, na sequência de um fenómeno meteorológico associado às severas condições de uma tempestade. Chegaram feridos e encontraram naquele espaço, situado junto ao Porto de Aveiro, em Ílhavo, cuidados que lhes permitem sarar antes de serem devolvidos à natureza.
Ao todo há 15 papagaios-do-mar em fase final de reabilitação, que se somam a outros três que ainda estão a ser submetidos a tratamento e medicação. Quando chegaram, "vários tinham sangue nas fezes devido a ulcerações do trato gastrointestinal", descreve a veterinária Francisca Hilário, que tem cuidado deles. Pelo menos dois tinham "a plumagem suja de crude ou hidrocarbonetos e tiveram de ser submetidos a banhos de descontaminação", acrescenta.
As tartarugas também chegaram com diversos ferimentos. Das quatro que deram entrada com vida, uma morreu passados poucos dias e duas têm prognóstico reservado. A outra está em plena recuperação.
Convalescença
Mas neste centro para animais marinhos há outros pacientes em convalescença: um airo, outra tartaruga, várias gaivotas e outras aves. Noutras ocasiões, já por ali passaram golfinhos e focas.
Quando os animais chegam, é feito o diagnóstico e primeiros socorros, seguindo-se depois os tratamentos e, se necessário, cirurgia. "Quando estão livres de doença, pensamos na libertação", diz a veterinária, explicando que isso só acontece quando os animais demonstram estarem capazes de "se alimentar e de fugir a predadores".