Centenas de pessoas vão abandonar a situação de desemprego em que se encontravam para ocupar os cerca de três mil novos postos de trabalho criados pelo Barreiro Retail Planet, que abre amanhã as portas ao público em Coina, Barreiro.
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Os novos empregos, directos e indirectos, destinam-se essencialmente a moradores nos concelhos do Barreiro, Sesimbra, Seixal e Setúbal. "Foram chamadas cerca de seis mil pessoas para a contratação, mas o processo ainda não acabou", revelou ao JN Margarida Teixeira, directora do Centro de Emprego do Barreiro, que coordenou a selecção de pessoas.
"Este recrutamento foi muito bom no contexto de crise que o país atravessa. Já temos cerca de 300 ofertas satisfeitas e há ainda um conjunto de postos de trabalho disponíveis", realça, frisando que os 1200 lugares projectados inicialmente foram reduzidos com a contratação de pessoas pelos próprios empregadores e algumas transferências internas.
Referindo que há "muitos postos de trabalho parcial" em que "o valor salarial não é muito elevado", Margarida Teixeira destaca que "as entidades empregadoras deram prioridade às pessoas daquela zona", tendo mais de 50% dos postos de trabalho sido ocupados por desempregados inscritos no Centro de Emprego do Seixal, maioritariamente residentes na Quinta do Conde, uma localidade vizinha do espaço comercial pertencente ao concelho de Sesimbra.
Naquele que é o único espaço comercial a abrir no país durante a segunda metade do ano está já a trabalhar Andreia Ferreira, de 27 anos, que tinha ficado desempregada pela primeira vez em oito anos. "Inscrevi-me logo no fundo de desemprego e felizmente surgiu esta oportunidade. Ao fim de uma semana ter logo trabalho foi de facto muito bom", realça a barreirense licenciada em gestão da distribuição e da logística, que é agora responsável de desporto na secção de fitness e pelo serviço ao cliente da Decathlon.
A contratação de trabalhadores não foi, contudo, fácil para os empregadores. "Tivemos de ir à procura de pessoas, porque ninguém veio directamente falar connosco", revela Susana Manco, da ourivesaria Horas de Ouro.
Subsídio de desmprego dita recusas
"Para se conseguir 50 pessoas entrevistaram-se 500", lamenta também Rita Justino, directora da Decathlon Barreiro, recordando que, apesar de ter recebido muitas candidaturas, algumas pessoas não aceitaram emprego por estarem a receber subsídio.
Raquel Barros, da perfumaria Marionnaud, teve o mesmo problema. "Contratei por referências internas, porque entrevistei 50 pessoas e foi horrível. Fizeram tudo para não ficar com o lugar", queixa-se, explicando que os candidatos apareceram sujos, mal vestidos e com discurso descoordenado desejando apenas o comprovativo de que estão à procura de emprego.
Mesmo em tempo de crise, a empresa Eiffage investiu 60 milhões de euros de capitais próprios nesta parceria com a Milligan. "Quer ser um projecto ambiental mais virado para a comunidade", salientou ao JN Jorge Rodrigues, director de desenvolvimento da Eiffage, prevendo êxito para o chamado "planeta das compras". "Isto foi desenhado para a área onde se encontra, ouvindo as pessoas", adianta.