Parte da Rua da Biquinha, em Cortegaça (Ovar), aluiu há mais de cinco meses, e a restante está em risco de derrocada. A situação é de tal forma perigosa que os bombeiros já recusam transitar naquela artéria. Os moradores estão revoltados com a Câmara, mas a Autarquia garante que o início da reparação está por dias.
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O receio de derrocada já tem muitos anos. Segundo os moradores, desde que foi construído aquilo que chamam de "muro falso" pelo proprietário de um terreno contíguo à estrada e que não passa de uma ribanceira.
"Desde 2006 que andávamos a alertar a Câmara para o problema. O muro estava perfeitamente descolado da estrada e o pavimento da rua já estava a ceder de tal modo que abriu uma racha de lés-a-lés", explicou Olga Fernandes.
A situação já se apresentava tão periclitante que os próprios Bombeiros Voluntários de Esmoriz tiveram de recusar-se a subir a rua, que não tem saída, aquando de um incêndio na mata circundante, no ano passado.
"Chegaram cá e viram que a rua não tinha condições de segurança para poderem passar com o autotanque. Foram com um carro mais pequeno e deixaram o autotanque no início da rua", recordou outra moradora, Élia Oliveira.
A 28 de Fevereiro deste ano, depois de vários dias de mau tempo e muita chuva, uma grande pedaço da rua aluiu e correu ribanceira abaixo. No seu lugar ficou uma cratera com quase trinta metros de comprimento.
"Desde então não fizemos outra coisa a não ser pedir à Câmara para tratar do assunto. É que isto dá sinais de ainda não ter terminado. A rua continua toda rachada e já começa a chegar à zona do saneamento. A sorte é que tem estado tempo seco", continuou Élia Oliveira.
Da parte da Câmara, dizem os moradores, a resposta foi sendo quase sempre a mesma. "Que o projecto já está pronto, que até já há empreiteiro e que a obra arrancaria até a primeira semana de Julho. Até agora", explicou Olga Fernandes.
O presidente da Câmara de Ovar, Manuel Oliveira, explicou que o projecto está realmente pronto e que o contrato com o empreiteiro já foi assinado e que a obra estará prestes a arrancar. "Como qualquer obra, também esta teve determinados procedimentos que não podemos ultrapassar", explicou o autarca. Com um prazo de quatro meses, a obra custará 30 mil euros.