A Rodoviária de Lisboa (RL) vai reforçar a oferta a partir da próxima segunda-feira, após ter recebido várias queixas dos utentes a denunciarem "as condições degradantes" em que viajavam.
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A decisão saiu de uma reunião, esta quinta-feira, entre as Comissões de Utentes dos Transportes Públicos de Sacavém e dos Serviços Públicos de Camarate Unhos e Apelação e a operadora de transportes. O JN também noticiou, no início desta semana, que os autocarros da RL circulavam completamente cheios, sem cumprirem a lotação máxima de dois terços exigida.
As comissões representantes dos utentes já tinham alertado a Rodoviária de Lisboa "sobre a situação criada após a empresa entrar em lay-off, fixando serviços mínimos que deixaram sem resposta muitos utentes que, mesmo durante o período do Estado de Emergência, nunca deixaram de ter necessidade de se deslocar".
Os cortes do serviço, encurtamento de percursos, ampliação de intervalos horários e supressão de carreiras, decorrentes do lay-off, criaram "situações que se arrastam até hoje e se agravaram nos últimos dias", denunciam. "Geraram-se situações de desconforto e perigo para os utentes", alertam ainda em comunicado.
Mais medidas de proteção
Na reunião com a RL, as comissões exigiram a normalização do serviço, mas também a implementação de "medidas de proteção". Pedem que seja assegurada a regra da lotação máxima de dois terços, vedada a utilização dos lugares da frente, assinalados os lugares que não devem ser ocupados, que as viaturas sejam equipadas com dispensador de álcool gel ou solução desinfetante, instaladas barreiras físicas para o motorista, e que não se vendam títulos a bordo.
As Comissões de Utentes dos Transportes Públicos de Sacavém e dos Serviços Públicos de Camarate Unhos e Apelação recomendam ainda que a Rodoviária de Lisboa "aloque aos circuitos com maior procura viaturas que permitam o arejamento durante a viagem". "Os sistemas de climatização e ventilação de muitas das viaturas, necessários porque estas não dispõem de janelas com abertura, são reconhecidamente uma fonte de propagação", avisam.
Solicitam ainda que a Área Metropolitana de Lisboa seja "particularmente atuante no acompanhamento à qualidade do serviço prestado aos utentes, que nas últimas semanas foram sujeitos a condições de transporte particularmente degradantes, como as inúmeras reclamações e registos permitem atestar".
"Agradecemos a todos os utentes da Rodoviária de Lisboa que durante este período intervieram e denunciaram as más condições que estavam a ser praticadas pela empresa, considerando que essa intervenção foi muito importante, pela visibilidade que deu a este problema, determinante para a sua resolução", concluem.