Rombo na margem do Antuã desespera agricultores

As primeiras cheias do Antuã em meados do passado mês de Novembro, no Bedouro, Salreu, foram arrasadoras para os agricultores. O rio rebentou com a margem (mota) provocando um rombo de vinte metros, inundou os campos e destruiu um caminho de acesso aos campos de arroz e milho e que está integrado no projecto BioRia, da Câmara de Estarreja. Colocou ainda em perigo duas casas no Ribeiro à beira do esteiro de Salreu.

"A água matou tudo, metade da quinta foi por aí abaixo, não tenho nada", desabafou ao JN, Darlindo Fernandes Nogueira, um dos agricultores prejudicados com o avanço das águas do Antuã e que possui mais de uma centena de bovinos.

Joaquim Bandeira Valente, é outro dos agricultores prejudicados: o sue terreno fica situado entre o rio e o caminho e o rombo na margem do Antuã "estragou-me a erva toda". "Há quinze anos que não via uma coisa assim", confidenciou tal como José Valente Oliveira: as suas 150 vacas ficaram sem azevim. "Têm que fazer outras margens porque se não o rio rebenta: se não é aqui é noutro lado", adiantou.

A demora no arranjo da margem do rio Antuã é motivo de critica dos agricultores - a Câmara de Estarreja recentemente começou a deitar entulho junto do caminho para tapar o rombo não só na margem do rio como no caminho do BioRia, mas o inicio da obra demora. "Já dissemos ao presidente da Junta de Freguesia de Salreu, até ofereci uma máquina giratória para ajudar a arranjar o rombo no rio, mas nada. Qualquer dia começa outra vez a chover a sério e nada pode ser feito, com a agravante de que a água do rio, na maré cheia continua a inundar os terrenos", desabafou Darlindo Nogueira.

O presidente da Junta de Freguesia de Salreu, Joaquim Henriques disse ao JN que tudo está a ser feito pela Câmara para que o problema possa ser resolvido o mais rapidamente possível.