Faz esta quinta-feira um ano que Rosiney Trindade de Oliveira, 32 anos, desapareceu em Condeixa-a-Nova, onde trabalhava num restaurante, tendo deixado tudo menos o telemóvel e os documentos.
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Um grupo de brasileiros de Coimbra, estranhando o silêncio das autoridades, marcou uma vigília para hoje, na tentativa, afirmam, de recolocar o tema na agenda.
"Na Polícia Judiciária dizem que não podem contar muito, por causa do sigilo da investigação. Vamos falando com algumas amigas do Brasil", conta Luiza Abi Saab, brasileira que nunca conheceu Rosiney, mas que, desde que soube do seu desaparecimento, se preocupa com a questão.
As desconfianças são muitas, sendo a hipótese de tráfico humano a mais forte. Pedro Ribeiro, brasileiro a estudar em Coimbra, entende que o caso entra nessa tipificação. Segundo apurou o JN, a investigação da PJ tem-se revelado difícil. A intervenção de uma rede de tráfico de pessoas é uma hipótese, entre outras.
"Ela de repente cortou relações com a família e os amigos, é muito estranho", defende Pedro Ribeiro, criticando as autoridades portuguesas e brasileiras: "Se fosse filha de alguém importante ou universitária, o impacto era outro".
Ação em Coimbra e Lisboa
Aquando do seu desaparecimento, Rosiney estava há pouco mais de um mês em Portugal, não tendo família ou amigos no país. Pedro Ribeiro critica a forma como inicialmente se tratou o desaparecimento. "Vi uma reportagem televisiva em que mexiam nas coisas no quarto dela e a tratavam como uma alcoólica e uma prostituta. Como se isso justificasse o desaparecimento de um ser humano", acusa. Para recordar o caso, o grupo organizou uma vigília hoje, às 17 horas, na Praça da República, em Coimbra. Luiza Abi Saab conta que um grupo de Lisboa fará uma ação semelhante.
Mistério
Desapareceu um mês e meio após chegar a Portugal
Rosiney chegou a Portugal a 1 de outubro de 2018, tendo-se instalado na Moita. Passado duas semanas, arranjou trabalho num restaurante em Condeixa-a-Nova, tendo-se mudado para o distrito de Coimbra. A 14 de novembro de 2018, foi vista pela última vez na vila, tendo levado o telemóvel, documentação e uma mala de cabina. A Polícia Judiciária tem todas as perspetivas em aberto para o seu desaparecimento. A PJ ouviu muitas pessoas ao longo de todos estes meses, mas não terá encontrado pistas sólidas sobre o sucedido.