População satisfeita com obra que devolveu frente da ria à cidade, afastando carros para dar lugar a passeios amplos, ciclovia protegida e mobiliário urbano.
Corpo do artigo
A renovação da Rua da Pêga, entre a universidade de Aveiro e o antigo pavilhão do Beira-Mar, abriu uma nova frente da ria no centro da cidade. Desde que foi inaugurada, há um mês (dia 22 junho), tem vindo a atrair cada vez mais pessoas, que aproveitam o local para passear ou relaxar.
Agora, é ali que Filipe Duarte leva a mãe idosa a apanhar ar, aproveitando o mobiliário urbano. Antes, conta, passava de carro e via a zona "muito degradada, com o espaço do passeio todo esburacado e cheio de pedregulhos e os carros estacionados na ciclovia". Agora, "vale a pena parar" e deter-se a ver a paisagem.
A obra, diz o presidente da Câmara, Ribau Esteves, "muda a forma como nos relacionamos com a ria". Custou cerca de dois milhões de euros e foi inaugurada a 22 de junho.
Em vez dos buracos e pedregulhos onde antes a idosa Evangelina Pereira tropeçava quando tentava fazer a habitual caminhada, tem passeios largos com máquinas de exercício, bancos, e até espreguiçadeiras. É numa delas que Kátia Marto repousa. A renovada rua, diz, "cumpre bem a função social de fruição. Está muito bem planeada e é um bom local para caminhadas e olhar a paisagem". A cidade, acrescenta Kátia, "ganhou uma nova vida com este espaço".
Foram criados lugares de estacionamento no lado oposto à ria e a ciclovia, construída há duas décadas, foi melhorada. Atualmente está "protegida por um canteiro de flores estruturalmente forte, para que não haja uma má repetição da história do passado, em que a ciclovia era destruída para se transformar em estacionamento", explica Ribau Esteves.
Paulo Pinheiro, que reside naquela rua, lembra-se bem. Era um "caos" que transmitia tudo menos a tranquilidade e contacto com a natureza que procura quando quer ir ali fotografar a "vista fantástica" e o que chama de "o melhor pôr do sol de Aveiro".
Agora, Cloves e Isaías Silva têm a pista livre para passearem de bicicleta. "Era uma rua morta, mas com a obra ficou linda", diz Cloves Silva, antes de seguir viagem.
Cafetaria em breve
A intervenção, que custou cerca de dois milhões de euros, permitiu solucionar outros problemas, tendo sido construída uma nova rede de águas pluviais para resolver a falta de drenagem em alguns locais e instalada uma rede de iluminação pública em LED.
A Câmara planeia lançar um concurso público para que um investidor privado faça um bar-esplanada no largo perto da rotunda do antigo pavilhão do Beira-Mar. O procedimento está "quase pronto", conta o presidente da Câmara. Será um serviço de apoio e mais uma atração para quem ali passa.
A Câmara está, também, a ultimar o estudo prévio para dar continuidade à via. No extremo sul (junto à biblioteca da UA), onde a rua da Pêga faz a ligação à via panorâmica que segue em direção a Ílhavo, será renovado o pontão sobre o esteiro da ria. O perfil será idêntico, incluindo rodovia nos dois sentidos, estacionamento de um dos lados e zona pedonal e ciclável junto ao esteiro.
Custo
Dois milhões de euros é o custo da obra, que foi cofinanciada pelo programa Centro 2020 em cerca de metade.