O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, afirmou, esta sexta-feira, não dispor de "nenhuma informação especial" sobre a fusão da Metro do Porto e da STCP, considerando, contudo, "fazer sentido estudar essa hipótese".
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Em resposta escrita enviada à Lusa a propósito do 10.º aniversário da Metro do Porto, que se assinala esta sexta-feira, Rui Rio considerou que o estudo da fusão - das duas empresas de transportes públicos do Porto - "faz sentido, por razões de eficácia de funcionamento e eventual redução dos custos globais".
A fusão da Metro do Porto com a Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) consta do Plano Estratégico dos Transportes (PET), apresentado pelo Governo em outubro do ano passado.
Em meados de setembro, o Governo deu mais um passo para a fusão das empresas, ao nomear o presidente e o vogal executivo da Metro do Porto, João Velez de Carvalho e António José Lopes, respetivamente, para presidente não executivo e vogal não executivo da STCP.
Fazendo um balanço "muito positivo" dos 10 anos de existência do metro, em especial por ter aproximado os concelhos limítrofes do centro da Área Metropolitana do Porto (AMP), Rui Rio admitiu estar preocupado com a incerteza da expansão da rede deste transporte ferroviário.
"A maior preocupação é o adiamento da construção das novas linhas por força da crise financeira que Portugal atravessa. Sabe-se lá quando poderão avançar", sublinhou o autarca, também presidente da Junta Metropolitana do Porto (JMP), que é acionista da empresa.
A expansão da rede da Metro do Porto foi suspensa pelo anterior governo do PS, sendo que o atual ministro da Economia já referiu que as grandes obras públicas apenas poderão avançar quando a situação económica e financeira do país o permitir.
Para Rui Rio, a solução para o problema das contas negativas da empresa deveria passar pelo "Tesouro", que "devia assumir a dívida bancária da Metro do Porto que, aliás, ao longo dos anos avalizou".
"E depois exigir à administração uma exploração equilibrada para que, de futuro, não se acumulassem prejuízos", defendeu Rio.
Questionado sobre a ocasião que mais o preocupou ao longo destes 10 anos de existência do Metro, Rui Rio apontou "o momento em que o anterior governo [liderado por José Sócrates] meteu a lógica partidária no debate sobre a expansão" da rede.
"Só podia dar mau resultado como, infelizmente, deu, não tendo havido expansão nenhuma no que concerne à segunda fase - apesar da JMP ter dado o que o Governo pretendia", frisou.
A expansão da rede foi acordada entre o Estado e a JMP em maio de 2007, com a assinatura de um memorando de entendimento, em troca de uma alteração da estrutura acionista da Metro do Porto.
O Estado passou a deter, direta e indiretamente, a maioria do capital da empresa. A expansão da rede foi suspensa.
O crescimento da rede e qual das linhas já projetadas deverá arrancar em primeiro lugar são, para Rio, questões que estão "dependentes da situação financeira do país".
"Não nos podemos esquecer que as linhas não têm todas o mesmo preço nem a mesma procura", concluiu.