Praça Paulo Orósio, no centro de Braga, vai ser devolvida ao público, com a transformação do edifício do quartel dos bombeiros.
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A transformação do edifício do quartel dos Bombeiros Voluntários de Braga num hotel vai permitir a requalificação da praça Paulo Orósio, no coração do centro histórico, devolvendo-a ao uso público, já que, atualmente, funciona como parque de estacionamento da corporação.
O vereador do Urbanismo, Miguel Bandeira, disse ao JN que a zona do largo corresponde ao fórum romano da antiga Bracara Augusta: "O projeto para a praça terá em conta essa antiga funcionalidade e o facto de, na zona, estarem as ruínas romanas da Colina da Cividade e das Carvalheiras, e o Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa".
Na última reunião, a Câmara concedeu caráter estratégico ao projeto do hotel, o que abre as portas à aprovação do Pedido de Informação Prévia submetido pelo promotor imobiliário. O pré-projeto é do arquiteto Carvalho Araújo.
Em contrapartida, o investidor constrói um novo quartel para os Voluntários já que o atual não serve para a função.
O vereador garante que o facto de o hotel vir a ter quatro pisos, mais um do que agora, na parte de trás - o que iria contra o Regulamento do Centro Histórico - não significa que esteja urbanisticamente desenquadrado: "Existe uma torre para treinos, nas traseiras, que é mais alta do que a cércea atual".
Acrescenta que a construção de uma cave no edifício será acompanhada, de acordo com as boas práticas e a própria exigência da Direção Regional de Cultura do Norte, por trabalhos de prospeção arqueológica: "É sabido que a zona foi ocupada pelos romanos, e espera-se que apareçam vestígios, como sucedeu aquando da edificação da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, os quais, até foram integrados na estrutura". O acompanhamento será feito pelo Gabinete de Arqueologia da Câmara e pela Unidade de Arquelogia da Universidade do Minho.
Oposição abstém-se
Na reunião do Executivo quer o PS quer a CDU abstiveram-se na votação, apoiando a solução para o quartel, mas manifestando dúvidas sobre os eventuais danos arqueológicos e a volumetria do projeto. Ontem, o Bloco de Esquerda acusou a Câmara de "contornar os regulamentos que ela própria criou".