<p>A organização do Festival de Paredes de Coura acredita que, até quarta-feira, as águas que banham a praia do Tabuão já não terão salmonelas. A chuva de quarta-feira arrastou para o Coura resíduos orgânicos de campos.</p>
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Não é a primeira vez que acontece. A existência de terrenos de cultivo nas margens do rio Coura faz prever que, sempre que são despejados resíduos orgânicos nas terras e depois chova, as águas daquele curso de água vão-se ressentir. Foi o que, segundo o autarca de Paredes de Coura, Pereira Júnior, aconteceu nos últimos dias, em que o rio Coura apareceu com a sua água altamente contaminada.
Em vésperas de mais um festival de música na praia fluvial do Tabuão, a situação causou algum embaraço. A autarquia interveio com limpeza das margens e do leito do rio, e, ontem, foram realizadas novas análises às águas, cujo resultado deverá ser conhecido no início da próxima semana. A organização do festival diz ter-se tratado de "um pequeno incidente" que em nada irá afectar a edição 2009 do evento, em que esperam, pelo menos, repetir a afluência do ano passado: Entre 18 a 22 mil pessoas/dia.
"Para surpresa nossa, embora já não seja uma surpresa tão grande quanto isso, apareceram as águas inquinadas com salmonelas. Isso foi resultado de descargas que os nossos agricultores fazem do chorume (líquido poluente, de cor escura e odor nauseante, originado de processos biológicos, químicos e físicos da decomposição de resíduos orgânicos nas terras) que têm nas cortes do gado e o lançam nos campos. Entretanto, veio uma chuvada que lançou esse chorume para as águas (do rio Coura)", declarou ao Jornal de Notícias, o autarca Pereira Júnior, admitindo que as primeiras análises efectuadas à água revelaram níveis de salmonelas "assustadores".
Tendo em conta a proximidade de um evento que arrasta milhares de pessoas para as margens do rio (o festival decorrerá de 29 de Julho a 1 de Agosto), a Câmara de Paredes de Coura avançou para o terreno com uma acção de limpeza, com vista a anular os efeitos das referidas descargas. "Mandamos fazer hoje (ontem), pelo laboratório que nos serve sempre, que é de Monção, uma colheita da água, que pensamos já estará boa, mas cujos resultados só teremos segunda ou terça-feira", afirma Júnior.
"Depois do esforço que considero louvável da Câmara, tenho a certeza que esses resultados vão dar águas limpas, de qualquer das formas, não está em risco o festival nem nada que se pareça", comentou, ontem, João Carvalho, da organização do evento.