O secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, anunciou, este sábado, que vai apresentar, "nos próximos meses", propostas à Câmara Municipal da Batalha para o desvio do trânsito junto ao Mosteiro de Santa Maria da Vitória.
Corpo do artigo
Jorge Barreto Xavier foi confrontado com o apelo do presidente da Câmara da Batalha, Paulo Batista dos Santos (PSD), que salientou os impactos negativos que o trânsito rodoviário, sobretudo de veículos pesados, tem na conservação do Mosteiro da Batalha, Património Mundial da Humanidade.
"Há várias coisas a fazer, algumas têm a ver com tarifários e outras com coisas mais estruturais e complicadas. Procuraremos, nos próximos meses, ter propostas para trabalhar com a Câmara", informou aos jornalistas Jorge Barreto Xavier, no final da cerimónia da apresentação das comemorações dos 30 anos de classificação do Mosteiro da Batalha como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO.
O governante acrescentou que tem falado com o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, sobre este assunto. "É uma matéria de relevância para a Batalha e, obviamente, que tem de ser estudada e trabalhada em articulação com a Direção Geral do Património Cultural, Câmara Municipal, secretário de Estado dos Transportes e Autoridade Rodoviária", adiantou.
Jorge Barreto Xavier acrescentou que terão de "conferir as possibilidades", sendo que "os termos exatos de uma solução" terão de ser articulados com a autarquia.
Na ocasião, Paulo Batista dos Santos pediu ao secretário de Estado da Cultura para levar uma "mensagem" ao primeiro-ministro" Para o autarca, era determinante criar mecanismos que pudessem desviar o tráfego automóvel, sobretudo o pesado, para a A19 ou outra estrada, de modo a afastar o risco de preservação do património mundial.
Esta é uma reivindicação antiga. Em março de 2012, o então presidente da Câmara da Batalha, António Lucas, apelou ao Governo para que abdicasse das receitas das portagens da A19, de forma a retirar o trânsito do IC2, impedindo a degradação do mosteiro.
"Um dos objetivos para a construção da A19 era precisamente o de desviar o trânsito da proximidade do Mosteiro da Batalha. Só que apenas circulam naquela via, porque é paga, algumas centenas de viaturas. Continuam, por isso, a passar junto ao mosteiro 40 mil veículos, sendo que desses oito mil são pesados", sustentou na altura António Lucas.
Em causa está o impacto negativo causado pela libertação dos gases poluentes e da trepidação dos milhares de veículos que transitam junto do monumento.