Sete pessoas do concelho de Caminha estão infetadas com legionela. Um oitavo foi descartado.
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A autoridade de saúde pública no Alto Minho retificou, esta quarta-feira à tarde, o número de casos de legionela diagnosticados em Caminha, referindo que são afinal sete, em vez dos oito anunciados em conferência de imprensa ao final da manhã.
O delegado de Saúde local, Luís Delgado, afirmou que um dos casos “não reúne critérios” para a doença dos legionários e que, até ao final do dia, não tinham surgido novos.
“Há uma evolução, de facto, em relação à conferencia de imprensa que fizemos com Caminha. De oito casos, passámos a sete, porque um deles não tem critério para ser caso de legionela”, declarou ao JN, ao final da tarde, adiantando que o caso descartado pela autoridade de saúde se trata de um homem e que foi dos primeiros diagnosticados com a doença.
“São questões técnicas e, de facto, esse caso não tem critérios clínicos”, sublinhou, sem avançar pormenores, referindo que a Direção-Geral de Saúde deverá divulgar amanhã um comunicado de imprensa sobre a situação e que o mesmo dará conta de sete casos.
Entretanto, decorre a investigação ambiental para apurar a origem do surto, que, confirmou o delegado de saúde do Alto Minho, será em Vila Praia de Âncora, onde residem cinco dos infetados pela bactéria, “muito próximos” uns dos outros. Fora daquela freguesia, estão referenciados dois casos em Moledo e Vilarelho. As pessoas afetadas têm idades entre 54 e 97 anos.
Podem surgir novos casos
Luís Delgado admitiu hoje que ainda podem surgir novos casos, tendo em conta que o período de incubação da bactéria é de dez dias e que o primeiro caso surgiu na sexta-feira. Adiantou ainda que já foi feito um levantamento dos equipamentos suspeitos de serem foco de contaminação e que, no terreno, continuam dez técnicos, um médico de saúde pública, um engenheiro sanitário e técnicos ambientais a fazerem recolha de material para análise no Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
Delgado descartou que a contaminação possa ter tido origem na piscina municipal de Vila Praia de Âncora e também que seja necessário, por enquanto, encerrar equipamentos. “A piscina municipal não é suspeita. Os equipamentos estão bem e, portanto, não é das nossas prioridades”, comentou.
Em conferência de imprensa conjunta com o autarca de Caminha, Rui Lages, o delegado de saúde do Alto Minho aproveitou para informar que a doença do legionário tem sintomas semelhantes aos da gripe e que, em caso de suspeita, as pessoas devem recorrer aos serviços de saúde. “Febre, cefaleias, dores musculares, mialgia, dispneia... quem tiver esses sintomas tem de ir ao seu médico, contactar o SNS24 e, se necessário, ir à urgência”, recomendou.
O presidente da Câmara de Caminha, Rui Lages, apelou à tranquilidade da população, pedindo que evite “especulação” e procure informação credível junto de fontes oficiais, como a Autarquia. “Estamos plenamente articulados com a Unidade Local de Saúde do Alto Minho na divulgação da evolução desta situação”, disse.
A Águas do Alto Minho, que gere o sistema público de abastecimento em baixa nas freguesias do concelho de Caminha, garantiu, em comunicado, que a água da rede "é segura". E informou que está a acompanhar a situação, em colaboração com a autoridade de saúde, "no sentido da identificação da(s) causa(s), controlo e mitigação da(s) mesma(s)".