Silvestre Pereira é o candidato do Bloco de Esquerda (BE) à Câmara da Maia, concelho onde, segundo diz, ainda existem grandes carências sociais ao nível da habitação e ambiente e fortes contrastes de desenvolvimento no seu território. O desemprego que afeta mais de cinco mil maiatos e a falta de apoios aos mais idosos são outras das preocupações da candidatura.
Corpo do artigo
Quais as prioridades que o BE defende para a Maia?
São prioridades que muitas delas vieram ao de cima com a pandemia e que é preciso dar resposta, como o aumento do desemprego, o fecho de empresas, o lay-off, problemas que já antes existiam, mas que agora estão mais evidentes. A Maia tem um forte setor industrial, com empresas a sofrer a crise e isso traduz-se na falta de emprego ou em emprego precário. A Maia tem neste momento mais de cinco mil desempregados e a Autarquia, dentro das suas possibilidades, deve ajudar nas carências da população.
Para além da falta de emprego, que outras carências existem?
A habitação. A Maia, em termos de habitação social, tem 2440 fogos e penso que com os programas a que a Autarquia acedeu, é altura de dar uma resposta decisiva. O concelho tem índices de custo de habitação ao nível da Foz e por isso é difícil arranjar um apartamento a custos compatíveis com o salário médio dos portugueses. Esperemos que este cenário se altere com o plano de resiliência e com o programa 1.o Direito. Por isso é importante que o Bloco esteja representado na vereação para que todos estes meios que ficarão disponíveis sejam controlados.
Mas há falta de habitação pública?
Há e tem de ser aumentada exponencialmente. A habitação social aqui na Maia é cerca de 4% do total, mas precisamos de passar para os 6%. Paris tem como objetivo possuir 50% em habitação pública! É a única forma de combater a especulação imobiliária.
Outra das bandeiras do BE é a preservação do ambiente. Que ideias defende como candidato?
O concelho tem uma forte densidade industrial, quase todas a redes viárias passam por aqui, temos o aeroporto, temos não muito longe o Porto de Leixões e tudo isso resulta numa forte pressão ambiental e há a necessidade de se criar mais espaços verdes e transportes públicos para ajudar na mobilidade.
Esse é outro problema da Maia?
É. Quem não tiver automóvel tem uma enorme dificuldade em deslocar-se das periferias para o centro. Por isso, o nosso lema é ter uma Maia para todos. A qualidade que se vive no centro não corresponde ao resto do concelho. Vir de Pedrouços até ao centro da Maia é andar em três ou quatro transportes públicos. Isto para não falar de S. Pedro Fins, de Folgosa ou Gemunde.
Essa desigualdade é só na falta de transportes?
Não, também a nível dos cuidados de saúde primários e no apoio aos idosos e à infância. A terceira idade representa 16% da população do concelho. Se formos eleitos, vamos defender a criação em cada uma das freguesias de um lar ou centros que respondam nas diversas valências, assim como oferta pública de infantários. Seremos os porta-vozes dos mais frágeis e fiscalizadores da ação camarária.