Sofia Monteiro nasceu de um parto difícil que demorou mais do que o normal, ficando com sequelas para toda a vida: paralisia cerebral. A menina tem cinco anos e começa a ser difícil transportá-la num carro normal, por isso, a associação Servir sem Olhar e a família lançaram uma campanha para a aquisição de uma carrinha adaptada.
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Incapaz de caminhar e com dificuldade em segurar o pescoço, Sofia está presa a uma cadeira de rodas especial para a ajudar a manter a postura. "É muito pesada e difícil de desmontar", explica a mãe, Liliana Mendes, de 39 anos. Ninguém o sabe melhor do que ela, que transporta a filha de uma terapia para outra - entre as pagas e as que são subsidiadas - e a leva às consultas das diversas especialidades em que é seguida. "Para a escola vai de táxi, mas não a podemos mandar para as terapias de ambulância porque perdia o dia todo na ida e na volta, mais valia não ir à escola", explica o pai, Filipe Monteiro, soldador, de 42 anos.
"A escola é um lugar onde ela é feliz, foi muito bem recebida e gosta muito", diz a mãe sobre o Jardim de Infância, em Tabuadelo, a freguesia de Guimarães onde a família vive. Liliana tem-se deparado com muitos problemas para os quais não estava preparada, mas ultimamente há um que se agrava. "Ela está a crescer e a ficar mais pesada, tenho cada vez mais dificuldade em pegar nela, retirá-la da cadeira para a colocar no carro", afirma a progenitora. A solução passa por arranjar um carro com uma adaptação que permita que Sofia seja transportada sem sair da cadeira.
"A Elisabete (membro da Servir sem Olhar) é que insistiu para fazermos esta campanha, porque eu não gosto nada destas coisas", afirma o pai, sobre a necessidade de expor a família na imprensa e nas redes sociais. "Mas é para ela", conforma-se, olhando para a filha. A carrinha adaptada, em segunda mão, custa 14 mil euros que a família não tem. A campanha para reunir fundos está em marcha, com os donativos a serem recolhidos através da página de Facebook da Servir sem Olhar e da própria Sofia Monteiro. "Brevemente vamos colocar umas latinhas em vários estabelecimentos comerciais espalhados pelo concelho para receber donativos", esclarece Elisabete Cunha. Já foram feitas rifas e uma feira solidária e a associação está convencida de que vai ser possível chegar ao valor.
Para Liliana Mendes, que era empregada de armazém e se tornou cuidadora a tempo inteiro, seria um enorme alívio ter um carro que desse para transportar a filha na cadeira. "Quando chove muito, às vezes, opto por não a levar às terapias, porque com o tempo que levo a pô-la e a tirá-la da cadeira fica toda molhada", confessa. Nos primeiros anos, depois do nascimento da Sofia, a mãe recorreu ao fundo de desemprego. "Depois, até vir o estatuto do cuidador informal, fiquei sem nada", afirma. Atualmente recebe 332 euros. A família aguenta-se porque Filipe Monteiro trabalha até 12 horas, "as que forem precisas", para não faltar nada a Sofia, à irmã de 11 anos e à esposa.
As ajudas para a Sofia podem ser enviadas através do IBAN 000700000062646140623 ou do MB Way 961 259 726.