Caso venha a ser criada uma taxa turística para quem viaja nos navios-hotel no rio Douro, “fará todo o sentido que ela seja utilizada para a promoção externa da região”. É a posição de Luís Pedro Martins, presidente da entidade regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP).
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A criação da taxa é uma reivindicação da maioria dos autarcas dos concelhos ribeirinhos do rio Douro. Tem, até, o apoio de alguns membros do Governo, nomeadamente da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa. Contudo, ainda não passou de uma pretensão.
Tendo de gerir um orçamento magro para a promoção de todo o Norte do país, Luís Pedro Martins advoga que, a existir uma taxa, tenha como finalidade aquele objetivo, uma vez que o foco da entidade que lidera “tem sido atrair para a região mercados de alto rendimento”. É o caso do “americano, canadiano e brasileiro”, onde as campanhas “custam bastante dinheiro”.
Combate pelos mercados
Ora, como “os países concorrentes também fazem essas campanhas”, o presidente da TPNP considera que “é importante entrar nesse combate pela conquista desses mercados” e a taxa turística “seria uma forma de arrecadar meios”. A aplicação das verbas teria de ser “acompanhada por representantes dos municípios, das empresas marítimo-turísticas e da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo”, entidade que gere a via navegável.
Luís Pedro Martins não é favorável a que a eventual taxa seja “espartilhada”, nomeadamente por cada um dos municípios abrangidos, como muitos autarcas advogam, caso contrário será uma forma de “não se fazer nada”. Entende que é preciso “ganhar escala” para que a TPNP a possa utilizar para “promoção externa”.
Região mais procurada por estrangeiros
O presidente da Câmara da Régua, José Manuel Gonçalves, é um dos que entende que o montante da taxa deve “reverter para a entidade de Turismo do Porto e Norte de Portugal”, por admitir que aquele organismo já “faz muito com pouco”, em termos de promoção da região. “Acrescentar a taxa ao serviço que presta seria tornar eficiente o seu valor”.
O trabalho tem dado resultados e os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística mostram que, nos últimos meses, “a região do Porto e Norte é aquela onde foi maior o crescimento em número de turistas estrangeiros”. Isto significa, acentua Luís Pedro Martins, que “o trabalho vai no bom caminho”. Claro que “pode ser mais intenso e mais eficaz se for possível aumentar o número de ações de promoção externa”.