Um taxista de 52 anos foi encontrado morto em casa, em Rio Tinto (Gondomar), ontem, terça-feira, à tarde. O homem já estaria morto há quase uma semana. Não fosse o patrão tê-lo procurado duas vezes por estar a faltar ao trabalho e a situação continuaria por descobrir.
Corpo do artigo
Na Rua de João Vieira, a notícia da morte de Serafim Pinheiro Couto apanhou todos de surpresa. A vizinha do rés-do-chão do prédio onde o homem vivia sozinho já há alguns anos, desde que se tinha divorciado, "nem queria acreditar no que tinha acontecido". "Era um senhor muito simpático", recordou.
"No sábado o patrão veio à procura dele. Mas disse-lhe que já não o via desde terça-feira", contou, ao JN, Ana Neves, proprietária do café que fica junto ao edifício onde Serafim morava. Foi a insistência do patrão - voltou a procurar o empregado anteontem -, que levou uma vizinha a telefonar a uma filha do motorista.
"A Marlene, quando aqui chegou hoje (ontem), telefonou ao 112, porque não tinha a chave da casa do pai. Mas a Polícia já não a deixou entrar", disse Paula Teixeira, 43 anos, que na altura acompanhava a filha de Serafim.
De acordo com Augusta Queirós, 39 anos, "na rua constava que a última vez que o tinham visto tinha sido na quarta-feira, quando regressava do centro de saúde, com uma pneumonia".
"Era um senhor que se via poucas vezes, até porque trabalhava de noite", acrescentou Ana Neves.
Nem mesmo o cheiro intenso, que se fazia sentir no primeiro andar onde vivia o taxista, foi motivo de alerta para os vizinhos. "É que o odor existia, mas toda a gente pensava que se tratava de problemas de fossas entupidas", sublinhou Paula Teixeira.
As causas da morte são ainda desconhecidas, mas o corpo de Serafim Couto foi encontrado caído no corredor, em estado de decomposição. O funeral realiza-se hoje, quarta-feira, às 15.30 horas, em Rio Tinto.