<p>Anunciada que já foi uma auditoria à Câmara como uma das primeiras medidas do novo executivo, Joaquim Pinto Moreira irá tomar conta do gabinete de líder da autarquia com intenção de lutar pela reposição do serviço de urgência, corrigir os "erros" cometidos na requalificação urbana e acelerar a obra de requalificação do espaço liberto pelo rebaixamento da linha férrea.</p>
Corpo do artigo
O que espera da auditoria que já anunciou como uma das primeiras medidas que irá tomar?
Não vou antecipar cenários, porque não sei o que vai dar a auditoria. Seja qual for o resultado, irá ser dado a conhecer aos espinhenses e agir-se-á em conformidade.
O que acha do projecto de requalificação do espaço liberto à superfície pelo rebaixamento da linha férrea?
Já disse publicamente, inclusive ao autor do projecto, o arquitecto Rui Lacerda, que gosto do projecto. Quanto ao seu andamento nada posso dizer porque não conheço o processo. Vou ter de o analisar, mas a nossa pré-disposição é fazer com que a obra ande o mais rapidamente possível.
No programa eleitoral diz que vai pugnar pela reposição do serviço de urgência. Acha possível?
É nossa intenção renegociar o protocolo. Vamos lutar por isso.
E quanto ao estacionamento pago?
É meu princípio procurar renegociar o contrato, mas devo dizer que não conheço os seus termos. Uma coisa é certa: embora seja favorável ao estacionamento pago, sempre disse que o preço/hora é excessivo, assim como é excessiva a mancha de cobertura dos parcómetros.
Vai construir mais habitação social?
Há uma política que decididamente não vou prosseguir que é a de construir mais habitação social onde ela já existe, como aconteceu no bairro da Ponte de Anta. Isso cria enormes problemas, nomeadamente de guetização. Mais: acho absolutamente errado e lastimável estarmos a construir mais fogos num bairro cujos restantes edifícios estão degradados e que, em 16 anos, não viram um único prego a ser pregado e uma única lata de tinta a ser usada. Por outro lado, não podemos admitir o que se diz por aí, que existem moradores de bairros socais que não pagam a renda, água e saneamento. Vamos averiguar essa situação. A lei é igual para todos.
O que prevê para a Associação de Desenvolvimento do Concelho de Espinho (ADCE)?
Todos sabemos que, tal como fizeram há quatro anos, lançaram nesta campanha o boato que o PSD iria acabar com a ADCE. É completamente falso. A ADCE presta um apoio inestimável no combate à pobreza e à exclusão social e desempenha também um importante papel na formação profissional de pessoas desempregadas e vai continuar a ter esse papel. Vamos é dotar os recursos humanos de mais meios logísticos para desenvolverem de forma mais eficaz as suas funções.
Diz também no programa que quer corrigir erros da recente obra de requalificação urbana. Que erros são esses?
Os erros estão à vista de todos. Sempre dissemos que a obra foi mal programada, mal executada, criticamos os materiais, a largura dos passeios. Existem viaturas, nomeadamente de emergência, que não conseguem fazer as perpendiculares. Temos de encontrar forma de alterar isso e fazê-lo.
Já apontou a necessidade de atrair gente ao concelho como uma prioridade. Como vai procurar fazer isso?
Antes de mais, temos um problema gravíssimo que é uma taxa de desemprego de 21%. E para chamar gente temos de começar por combater esse fenómeno e o nosso programa contempla diversas medidas, nomeadamente a criação de um centro para empresas de base tecnológica. Temos também as portas abertas a investimentos que possam criar emprego, gerar riqueza em Espinho e que fixe os espinhenses no concelho. Em segundo lugar, temos de fazer tudo para que o preço da habitação baixe, seja construindo habitações a custos controlados, seja promovendo a reabilitação urbana já que existem diversos prédios devolutos. Existe um conjunto de instrumentos financeiros e legais que as câmaras anteriores não aproveitaram e que nós não vamos deixar de o fazer. Outra forma de atrair pessoas terá de passar, obrigatoriamente, pela promoção e produção de eventos de muito boa qualidade.
Costuma dizer que Espinho já não detém o estatuto de Rainha da Costa Verde. Como restaurar essa imagem?
Temos cinco quilómetros de costa e não fomos capazes, ao longo destes anos, de desenvolver a nossa identidade com o mar. Vamos fazer isso, seja dando condições aos pescadores para continuarem a exercer a sua actividade; seja criando condições aos surfistas que nos visitam; seja potenciando a abertura dos bares de praia 12 meses por ano; seja dinamizando a Avenida Maia Brenha que, para além dos dois meses de Verão, é um espaço morto. A nossa intenção é dar vida a toda a esplanada e até prolongá-la pelo menos até à praia de Silvalde.
A ideia é fazer algo semelhante ao que foi feito em Gaia?
Exactamente. Aliás, foi um erro enorme não terem sido aproveitadas as sinergias criadas pelo desenvolvimento levado a cabo na costa de Gaia, um concelho com o qual temos estado manifestamente de costas voltadas.
Com que mudança mais visível poderão os espinhenses contar para breve?
Há realmente muito a fazer, mas, antes de mais, temos de cuidar do espaço público. Temos hoje uma cidade suja. Quem é que quer viver, visitar ou ir às compras numa cidade desmazelada? Quero que Espinho fique num brinquinho.