Famílias serão indemnizadas. Estudo propõe apoio social. Bilhetes poderão custar 25 euros.
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Serão demolidas pelo menos 42 casas em Campanhã, no Porto, para permitir a passagem do comboio de alta velocidade. Em Gaia, contam-se três, mas no total, no primeiro troço de obra do TGV até Soure, mais de uma centena de casas irá abaixo. São essas as contas da Infraestruturas de Portugal (IP) para o traçado que considera ser mais favorável à construção da ligação de alta velocidade e oferecer uma viagem entre o Porto e Lisboa, depois de 2030, em uma hora e 15 minutos, com preços médios de bilhetes a rondar os 25 euros. Cada comboio levará entre 500 e mil passageiros. Estes são esclarecimentos da própria IP, numa sessão promovida pela Agência Portuguesa do Ambiente, na Biblioteca Almeida Garrett, no Porto.
Análise social
Com a construção de uma nova ponte sobre o Douro (um tabuleiro superior para o comboio e um inferior para automóveis) e um viaduto para a entrada dos carris em Campanhã, serão demolidos 42 imóveis por motivos de segurança. E, pela possibilidade de as populações afetadas poderem viver em situações de insuficiência económica, apesar das indemnizações a pagar, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) recomenda uma análise social das populações. O objetivo é ajudar as famílias no seu realojamento, principalmente em casos de baixa escolaridade, clarificou Fátima Teixeira, da consultora Agri.pro, que participou no EIA. Em Gaia, o impacto será menor: grande parte do troço da linha será em túnel, sob a VL5.
Entre as dúvidas colocadas pela população presente, foi clara a preocupação com a possível destruição do campo de futebol de Guetim, em Espinho. Em resposta, a APA revelou que, no futuro, uma das condicionantes para a concretização da obra, poderá ser "repor a infraestrutura".