Os trabalhadores da Continental, em Lousado, concentraram-se à porta da empresa para reivindicar “aumentos de salários dignos” e “valorização dos trabalhadores. Consideram que o aumento de 6% atribuído pela empresa no início do ano é insuficiente face “à riqueza” que cada um dos colaboradores produz.
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Segundo Joaquim Costa, trabalhador da fábrica de pneus e do Sindicato das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte em “novembro/dezembro a empresa propôs um aumento de 6% que foi rejeitado por 70% dos trabalhadores” presentes no plenário realizado para discussão do assunto. A este aumento acrescem 40 euros de prémio, condicionado ao cumprimento de vários fatores como a assiduidade e a produtividade.
“Apresentamos um abaixo-assinado onde proponhamos que esses 40 euros integrassem o salário base, sem que estivesse sujeito a critérios mas disseram-nos que não havia condições para isso”, aponta referindo que os lucros dizem que essas condições existem.
A mesma fonte avançou que o salário mínimo aumentou 7,8%, o que significa que o aumento que a Continental adotou faz com que os seus colaboradores “percam poder de compra”.
Os trabalhadores dizem ainda, gostavam que a firma fosse “mais amiga do trabalhador” nomeadamente quanto à redução do horário de laboração” e à existência de mais pausas uma vez que o “ritmo de trabalho é muito rápido”. Atendendo aos “ritmos de trabalho e às cargas excessivas” a que dizem estar sujeitos, os funcionários da gigante dos pneus consideram que é necessário que “sejam adotadas medidas”.
“Alargar a pausa para refeição, por exemplo, já era um passo”, afirma o dirigente sindical notando que estão a dialogar com a empresa nesse sentido.
A trabalhar na Continental há 23 anos Daniel Ferreira considera que o aumento vertido nos 40 euros de prémio sujeito ao cumprimento das várias condicionantes “não faz sentido”. “Se tiver um acidente de trabalho, não recebe, por exemplo”, aponta questionando a razão de existirem condicionantes. “Face ao lucro que têm deviam integrar os 40 euros no salário base”, diz o operador de uniformidade destacando também o ritmo de trabalho a que está sujeito. “Num conjunto de máquinas onde deveriam estar seis operadores estão quatro”, refere como exemplo.
O JN contatou a Continental que não quis pronunciar se sobre o assunto.