Os trabalhadores da metalúrgica Oliva, em S. João da Madeira, desconvocaram a greve iniciadana passada quinta-feira.
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Estava em causa o pagamento de 20% do ordenado do mês de Novembro, que se encontrava em atraso, mas que acabou por ser pago pela empresa durante o dia de ontem.
"As nossas formas de luta deram frutos positivos. Foi-nos paga a verba do salário que estava em atraso" afirmou David Soares, membro da comissão de trabalhadores a propósito da desconvocação da greve na Oliva.
Este elemento recordou ontem que, apesar da greve ter sido interrompida, mantém-se o pré-aviso de greve. Pretendem, agora, uma reunião com o Conselho de Administração da metalúrgica, que deverá realizar-se nos próximos dois dias, para reivindicar o pagamento do subsídio de Natal do corrente ano. "Queremos que seja assegurado o pagamento do 13.º mês do corrente ano (…) e que não fique acumulado ao 13.º mês de 2008 [que se encontra também em dívida] ", referiu.
"Se não forem atendidas as nossas pretensões, iremos estudar a forma de luta mais adequada", avisou, ainda, o representante dos trabalhadores.
A situação laboral na antiga metalúrgica Oliva continua instável. Para o representante do Sindicato dos Metalúrgicos do Norte, Adelino Nunes, o futuro da empresa "é preocupante". Lembra que está marcada uma nova assembleia de credores para o dia 11 de Janeiro, altura em que pode ser tomada uma decisão final sobre a insolvência da empresa.
Adelino Nunes destacou que a Oliva produz peças de alta tecnologia e considerou, por isso, que há condições para a empresa continuar a ser viável. Mas, adianta, "a situação está difícil. Os principais clientes ligados ao sector automóvel pesado [maquinaria agrícola, construção civil, entre outros] não estão a recuperar como era previsível e isso tem levantado dificuldades".