Mais de 50 trabalhadores da Cerâmica de Valadares (em Vila Nova de Gaia) concentraram-se, esta terça-feira, à porta daquela fábrica para reivindicar o pagamento dos ordenados dos meses de maio e julho e ainda o subsídio de férias.
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Os trabalhadores regressam à concentração quarta-feira, pelas 9.30 horas, para um "bloqueio simbólico" à porta da empresa até que a administração "dê a cara" e pague os ordenados em atraso, adiantou à Lusa o coordenador da Comissão de Trabalhadores da Cerâmica de Valadares, Daniel Gonçalves.
Segundo o coordenador da Comissão de Trabalhadores da Cerâmica de Valadares, para além de o mês de maio não ter sido pago até hoje, o mês de julho - abrangido pela medida de 'layoff' -- e o subsídio de férias não foram pagos.
Daniel Gonçalves lamenta que a administração "não dê a cara" e que a única coisa que dizem aos trabalhadores é que "estão em Lisboa em negociações" e acusa a administração de estar a "cometer um crime" por não ter pago o mês "da layoff", ou seja o mês de julho, apesar de ter recebido essa verba.
O Sindicato dos Trabalhadores das Industrias de Cerâmica, Cimentos e Similares da Região Norte veio hoje diser que os trabalhadores "irão resistir até que pare este roubo daquilo que é seu por pleno direito" e alertou, em comunicado de imprensa, que a empresa se encontra "obrigada a cumprir o pagamento pontual das retribuições, quer da parte que por lei lhe compete, quer da parte que compete ao serviço responsável da Segurança Social".
O regime de 'layoff' é, segundo a Segurança Social, "uma redução temporária dos períodos normais de trabalho ou suspensão dos contratos de trabalho efetuada por iniciativa das empresas, durante um determinado tempo devido "motivos de mercado", "motivos estruturais ou tecnológicos", "catástrofes" ou "outras ocorrências que tenham afetado gravemente a atividade normal de uma empresa.
A Fábrica Cerâmica de Valadares, fundada em 1921, dedicou-se à produção de artigos cerâmicos, tendo-se iniciado com o fabrico de tijolo e telha, passando mais tarde a fabricar peças de grés cerâmico, louça decorativa, azulejos, mosaico, louça sanitária e acessórios cerâmicos para quarto de banho.
Desde a década de 90 que se dedica à produção de sanitária, em exclusivo, mas tem tido "dificuldades momentâneas de tesouraria", como já admitiu o presidente do Conselho de Administração da Fábrica Cerâmica de Valadares, António Galvão Lucas.