Trabalhadores dos Estaleiros Navais protestam em Lisboa dia 2 de Setembro

"Os trabalhadores decidiram começaram a recolher nomes de funcionários, familiares e amigos que queiram ir a Lisboa no dia da assembleia-geral da Empordef para se fazerem ouvir, na defesa da empresa e dos postos de trabalho", anunciou à Lusa António Barbosa, da Comissão de Trabalhadores.

Em causa está o plano de reestruturação dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), prevendo a saída de 380 dos 720 trabalhadores, anunciado pela actual administração mas entretanto suspenso, em termos de aplicação, pelo Governo.

Na mesma decisão, tomada no final de Junho, o ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco estabelece a assembleia-geral da Empordef - acionista único dos ENVC -, a 2 de Setembro, como data para se conhecer uma solução para a viabilização da empresa pública.

"Vamos a Lisboa para marcar a nossa posição em defesa da empresa. Não queremos ir só nós, mas também as famílias e a cidade de Viana do Castelo, que depende desta empresa", afirmou ainda António Barbosa, coordenador da Comissão de Trabalhadores (CT).

Para 2 de Setembro, e para permitir a viagem dos 720 trabalhadores, será apresentado dentro de dias um pré-aviso de greve à administração da empresa, para aquela data, adiantou ainda.

O plenário desta quarta-feira serviu para a CT "dar conta" das "movimentações dos últimos dias", em que os representantes dos trabalhadores foram recebidos no ministério da Defesa e pelos seis agrupamentos parlamentares.

"Foi dos plenários da empresa mais concorridos de sempre. Podemos dizer que só não estavam os membros da administração, porque contamos com elementos das várias hierarquias da empresa, o que nos deixou bastante satisfeitos", rematou António Barbosa.

Os ENVC vivem uma difícil situação financeira, com mais de 200 milhões de euros de passivo e 40 milhões de euros de prejuízos em 2010.